Descoberto composto que imobiliza célula do câncer e impede metástase

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de junho de 2018 às 02:22
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:49
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Estudo testou nova estratégia contra o espalhamento de tumores pelo organismo

Uma nova pesquisa publicada na
revista “Nature Communications” na última sexta-feira, 22 de junho, abre
novos caminhos para impedir que o câncer se espalhe para outras áreas do organismo.

Em estratégia inédita,
cientistas “congelaram” a célula cancerígena para que ela não se
movimentasse.

Trata-se de uma mudança de perspectiva na luta contra o
câncer, dizem os cientistas. Isso porque atualmente os esforços têm se
concentrado mais em matar o tumor na maior parte das pesquisas em oncologia.

Os testes foram feitos com a molécula KBU2046, composto
que inibiu o movimento de células do câncer em quatro diferentes tipos de
células do câncer humanas: câncer de mama, próstata, colorretal e pulmão.

O
cientista Raymond Bergan, professor de oncologia médica no Instituto OHSU
Knight Cancer, dos Estados Unidos, explica que ele e a sua equipe fizeram
diversos estudos na química para pensar um composto que só inibiria o movimento
de células do câncer — e não tivesse nenhum outro efeito em células saudáveis.

Substância bloqueia proteína associada
ao movimento

Bergan
cita ainda que o laboratório de Karl Scheidt, professor de química e
farmacologia da Universidade de Northwestern, foi o responsável por pensar em
novos compostos que pudessem impedir a motilidade de tumores. O desafio era
encontrar substâncias com poucos efeitos colaterais.

Scheidt explica que o KBU2046
se liga a proteínas das células de forma específica para somente impedir o
movimento. Não há outra ação sobre as estruturas celulares, o que diminui os
efeitos colaterais e a toxicidade. “Levamos anos para descobrir”, comemora,
em nota.

Pesquisadores almejam que a droga possa ser administrada
em cânceres iniciais para diminuir ao máximo que o tumor se espalhe para o
resto do corpo e o paciente tenha um tumor intratável no futuro.

Cientistas estimam que serão necessários dois anos e US$
5 milhões para que os primeiros testes sejam realizados em seres humanos.


+ Ciência