China diz que não vai aliviar prá ninguém na exportação barata de calçados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 12 de novembro de 2015 às 11:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:30
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Asiáticos acham que reclamações sobre suas exportações baratas terão patamar ainda mais elevado

Costureiras trabalham na linha de produção de uma fábrica de calçados em Wenzhou, China  (Foto Reprodução)

Os industriais de calçados de Franca e do Rio Grande do Sul, principais exportadores de sapatos brasileiros terão muito que enfrentar pela frente no que se refere à deslealdade da China na venda de produtos baratos para o resto do Mundo.

Isso porque, a China disse aos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), incluindo União Europeia e Estados Unidos, que as reclamações sobre suas exportações baratas terão que atingir um patamar mais elevado a partir de dezembro de 2016, segundo um enviado de Pequim na reunião da OMC.

Desde que ingressou na OMC em 2001, a China frequentemente foi alvo de reclamações de que suas exportações estão sendo “dumped”, ou vendidas a preços injustamente baixos nos mercados internacionais. 

O Brasil é um dos principais reclamantes e na área dos calçados, o Sindifranca, a Abicalçados e outras entidades do setor estão na briga com os chineses há alguns anos. 

Sob as regras do comércio mundial, países importadores podem colocar tarifas punitivas sobre bens que são suspeitos dessa prática.

Normalmente, tais reclamações são baseadas na comparação com os preços domésticos no país exportador.

Mas os termos de adesão da China afirmam que –como o país não é uma “economia de mercado”– outros países não precisam utilizar os preços domésticos chineses para justificar suas acusações sobre o dumping, mas podem utilizar outros argumentos.

O representante da China na reunião da OMC na terça-feira (10) disse que a prática é “ultrapassada, injusta e discriminatória”, e que sob os termos de adesão, o país vai ser automaticamente tratado como uma “economia de mercado” após 15 anos, o que significa 11 de dezembro de 2016.

“Todos os membros da OMC terão que parar de usar seus próprios cálculos a partir dessa data, disse o representante da China”, cujo nome não foi dado pela autoridade da OMC que falou a repórteres após a reunião.


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