Celular pode ser a causa de problemas de pele que você sequer imaginava

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de maio de 2018 às 15:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:45
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Cada vez mais a ciência alerta para o risco do uso excessivo de smartphones, tablets e computadores

Você já deve ter
sentido dor de cabeça, nas mãos e no pescoço ao passar o dia inteiro curvada no
celular, certo? Mas esses não são os únicos prejuízos desse hábito – cada vez
mais, a ciência alerta para os risos à pele. Rugas, melasma, espinhas e
alergias alguns dos problemas que podem dar as caras antes do tempo, devido ao
uso excessivo de smartphones, tablets e computadores.

Para
entender melhor por que isso acontece e como evitar, conversamos com a
dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD) e da Academia Americana de Dermatologia.

Rugas

Vincos
no pescoço pelo uso excessivo dos smartphones já até ganharam nome: são as
rugas “Tech Neck”. E elas são cada vez mais comuns, viu? Um estudo da
Universidade de Chung-Ang, na Coreia do Sul, mostrou que as marcas estão
aparecendo em mulheres por volta dos 29 anos de idade – o normal é que surjam
naturalmente por volta dos 40!

Claudia
explica que isso ocorre devido à repetição de movimentos de curvatura com a
cabeça. “A inclinação frequente para baixo acelera o processo de envelhecimento
no pescoço. Formam-se sulcos, como se fossem ‘colares cervicais’”, explica a
médica.

O
que propicia o quadro é o fato de a pele dessa área ser muito fina — com
espessura de aproximadamente 2 milímetros — e naturalmente pouco hidratada. Por
isso, não se esqueça de proteger a região. “O protetor solar deve ter, no
mínimo, FPS 30 e ser reaplicado a cada quatro horas”, indica. Outra
recomendação importante é a de manter o celular na altura dos olhos e a
postura, sempre reta. 

Melasma

Além
de estar relacionada com o envelhecimento precoce, a exposição excessiva aos
raios ultravioleta, somada à falta de proteção, pode gerar manchinhas e até
melasma (hiperpigmentação caracterizada por áreas escuras ou acastanhadas na
pele). A luz que celulares, tablets e computadores emanam também pode
contribuir para isso. “Essas telas geram alta quantidade de luz azul, mais até
que a incandescente. Essa luz visível, que é toda aquela que enxergamos a olho
nu, pode desencadear ou piorar doenças de pele e contribuir para o surgimento
de manchas escuras”, alerta Claudia.

Isso
acontece porque os raios podem causar danos nos tecidos e agir diretamente no
DNA das células, deteriorando a melanina — proteína responsável pela
pigmentação e proteção celular. Para evitar o processo, inclua produtos
antioxidantes na sua rotina de beleza. “Muitos estudos já demonstraram que as
vitaminas antioxidantes, como a C e a E, conseguem amenizar inflamações
causadas pelo sol e melhorar a reserva imunológica da pele contra agressores
ambientais”. Se forem usados à noite, melhor ainda: o sono é um período de
regeneração do organismo e da reposição celular. Portanto, as vitaminas podem
potencializar o efeito.

Acne

Preste
atenção: se as espinhas estão aparecendo principalmente na bochecha e no queixo
em apenas um lado do seu rosto, você pode ter caído na “zona do telefone”, que
é onde o colocamos para atender ligações e escutar áudios. Por ser um objeto
com alta concentração de bactérias — estudos indicam que chega a conter a mesma
quantidade de um banheiro público —, o smartphone transfere oleosidade e
sujeira para a face, fatores que obstruem os poros. Nosso corpo reage com um
aumento da produção de sebo e, quando você vê, as bolinhas vermelhas já
apareceram.

É
claro que existem muitos outros fatores que podem causar a acne, e o ideal é
que se consulte um dermatologista. Porém, você já pode começar a evitar a chateação
higienizando bem a tela do celular (álcool isopropílico é uma solução) e não
espremendo as espinhas de jeito nenhum!

Alergias

O
cromo e o níquel, presentes nas baterias dos celulares, são dois componentes
relacionados com o aparecimento de alergias na pele. “Segundo a Associação
Britânica de Dermatologistas, a alergia a níquel afeta 30% da população no
Reino Unido e figura entre as dermatites de contato mais comuns”, diz Claudia.
A recomendação é usar capinhas para seu aparelho e ir ao médico caso a
irritação na pele apareça.


+ Saúde