Cavalhadas encenam batalhas medievais para 8 mil pessoas em Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 6 de agosto de 2018 às 12:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:55
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Espetáculo aconteceu no último final de semana e teve tradução simultânea em Libras pela primeira vez

As Cavalhadas 2018 promoveram um fim de semana de
lazer para o público que prestigiou mais um espetáculo com cavalos que encenou
a batalha medieval entre mouros e cristãos em Franca.

A história que narra a luta foi animada por muita
música, galopes e aplausos no gramado central do Parque Fernando
Costa. Esta foi a 187ª edição do folguedo de origem europeia na cidade.

Após a abertura, com a Cerimônia dos Encamisados na
noite de sábado, 04 de agosto, o domingo teve a segunda parte das
apresentações. 

O elenco, formado por 26 corredores mais a princesa Floripes,
todos a cavalo, encenaram o conflito entre muçulmanos e cristãos. Os primeiros
são comandados pelo Sultão de Constantinopla, a tropa vestida de vermelho, e os
cristãos, por Carlos Magno, com trajes azuis.


Segundo estimativa dos organizadores, oito mil pessoas prestigiaram os dois
dias de evento. As duas alas de arquibancadas, bancos e a mureta que cerca o gramado
do parque ficaram tomados pelo público, formado por muitas famílias, jovens e
idosos.
O empresário Danilo Vecchi pôde reviver a tradição. Quando criança, seu pai o
levava para ver as Cavalhadas e, neste ano, ele quem levou a filha. “Os
papéis se inverteram e hoje eu que trago minha família para ver esse teatro.
Morei um tempo fora de Franca e não sabia que a festa continuava. Foi muito
gratificante”.  Já a lavradora aposentada Maria da Luz Costa, de 88 anos, conheceu as
Cavalhadas no domingo. “Nunca tinha vindo. Eu gostei muito, principalmente
da corrida dos cavalos enfileirados”.

Entre os momentos mais aplaudidos estão a encenação da morte do espião
mouro, o Ferrabrás. Ele é flagrado no território inimigo e morto ao lutar com o
cristão Oliveiros. O roubo da princesa Floripes pelos mouros e a explosão do
castelo mouro também proporcionaram muita adrenalina e emoção aos corredores e
plateia.

No fim da batalha, a princesa convence seu pai a se
converter ao Cristianismo, como ela, e coloca fim à guerra.  “Foi
mais uma apresentação maravilhosa. Minha sensação é de dever cumprido. Estou
muito feliz”, comemorou a jovem Clara Nascimento Leite, a princesa das
Cavalhadas 2018.


O Clube das Cavalhadas da Franca, responsável pelo realização do evento,
prestou homenagens póstumas a dois colaboradores de muitos anos. Walter Anawate
e o senhor Teixeira, que desde a década de 1920 até 2017 foi responsável por
organizar os fogos de artifício para a explosão do castelo mouro. Os familiares
se emocionaram ao receber as placas das mãos do prefeito Gilson de Souza e
Marcus Vinícius Falleiros, presidente das Cavalhadas.


Pela primeira vez, o espetáculo contou com tradução simultânea em Libras. Dois
telões foram posicionados em pontos estratégicos para apresentar o teatro aos
deficientes auditivos. “A apresentação foi brilhante. Eu me emocionei
durante muitos momentos das carreiras. E as Cavalhadas, para mim, significam
isso: amizade, união, companheirismo, somos uma família. As Cavalhadas 2018
terminam hoje e amanhã já começam as Cavalhadas 2019”, afirmou Marcus
Vinícius.


As Cavalhadas da Franca são realizadas pelo Clube das Cavalhadas e Ministério
da Cultura, via lei de incentivo fiscal, com patrocínio da empresa Magazine
Luiza. O evento conta com o apoio da Faesp-Senar, Prefeitura Municipal de
Franca, Sindicato Rural de Franca e Sociedade Rural Brasileira.


O folguedo chegou a Franca em 1831 e faz parte do calendário oficial do
município, sendo realizado sempre no primeiro fim de semana de agosto, com
entrada gratuita
.


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