Casa própria: após recentes cortes, como ficam as taxas de juro e os financiamentos

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  • Publicado em 11 de janeiro de 2020 às 12:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:14
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Mudanças nas taxas e condições mais amistosas oferecidas pelos bancos podem ser o empurrão que faltava

A guerra do juro travada pelos bancos para seduzirem clientes no financiamento imobiliário traz boas possibilidades para quem procura a casa própria, mas deve ser recebida com cautela. 

Nos últimos meses, a Caixa cortou taxas e apresentou novas possibilidades de empréstimo para a compra de imóveis, e bancos privados acompanharam trazendo novas facilidades. 

Nesta semana, o Santander anunciou o aumento do limite de 80% para 90% do valor que pode ser financiado — ou seja, o cliente poderá pagar apenas 10% do imóvel à vista e parcelar o restante em até 35 anos.

Parcela pesada

Anderson Machado, presidente da Associação dos Mutuários e Moradores das Regiões Sul e Sudeste do país (AMMRS), concorda que a queda no juro e a ampliação do limite animam consumidores e irrigam o mercado. 

Entretanto, recomenda aos compradores que analisem com muita atenção as condições de negócio e façam um planejamento acurado antes de assinar o contrato.

— O cliente precisa estar ciente de que se pagar à vista apenas 10% do imóvel, em vez de 20%, sua parcela mensal irá subir. E, como são contratos de até 35 anos, é preciso prever o peso no orçamento — afirma Machado.

Como a economia ainda cresce em ritmo muito lento e os sintomas da crise — como o aperto na renda e o alto desemprego — permanecem, comprometer-se com um financiamento longo deve ser uma decisão muito bem pensada, diz Machado.

— É verdade que os juros estão bem baixos, o que torna os negócios mais interessantes. O consumidor precisa é se cercar de cuidado para saber que vai conseguir pagar a prestação, caso contrário corre o risco de ter o imóvel retomado pelo banco após três meses de inadimplência — afirma.

O juro e a cobertura do financiamento de imóveis nos principais bancos

Itaú-Unibanco

  • Taxa mínima de juro para as linhas de crédito imobiliário a partir de 7,45% ao ano + Taxa Referencial (TR), variando de acordo com o perfil do cliente e do imóvel.
  • Percentual de financiamento: até 82% do valor do bem.
  • Tempo máximo de parcelamento: 360 meses.

Banco do Brasil

  • Taxas a partir de 3,45% ao ano + IPCA ou 7,20% ao ano + TR, recentemente revisadas após as últimas quedas da Selic.
  • O banco financia até 80% do valor de avaliação de imóveis residenciais e comerciais nas linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e da Carteira Hipotecária.

Bradesco

  • As taxas têm como banda mínima TR + 7,30 % ao ano.
  • O limite de financiamento é de 80%.
  • Pagamento em até 360 meses.

Santander

  • Taxa mínima de juros pode chegar a 7,99% ao ano + TR.
  • Passou a financiar até 90% do valor de imóveis residenciais na modalidade de parcelas atualizáveis (Sistema de Amortização Constante, o SAC).
  • Os financiamentos são parceláveis em até 420 meses.

Banrisul

  • No SFH, com imóvel com valor de avaliação de até R$ 1,5 milhão, a taxa de juro é a partir de 7,46% ao ano + TR.
  • O percentual de financiamento é de até 80% do valor do imóvel, de acordo com a modalidade do financiamento.

Caixa Econômica Federal

  • Taxa mínima de 6,5% ao ano + TR, ou de 2,95% + IPCA.
  • O percentual de financiamento pode ser até 80%, podendo chegar a 90% quando se tratar de unidade vinculada a empreendimento financiado pelo banco.
  • Prazo de pagamento de até 360 meses.
Planeje a compra de seu imóvel
  • Quem pretende comprar por financiamento deve ter uma reserva (entre seis e 12 meses de salário) para esse tipo de operação financeira, para evitar que um eventual aperto nas contas leve à inadimplência.
  • Imprevistos como doença, queda de renda ou desemprego devem ser levados em conta, ainda mais em um período de economia ainda em recuperação como o atual.
  • Compare as taxas de diferentes bancos e não se deixe levar apenas pela sugestão da imobiliária.
  • Evite assumir uma prestação que seja superior a 20% da renda familiar mensal.
  • Tome cuidados ao assumir a parcela, pois quem não paga corre o risco até da perda do imóvel: a chamada retomada por parte da instituição financeira.
  • Atenção à compra de imóvel na planta: a nova Lei do Distrato “pune” o mutuário que desiste do negócio, retendo até 50% do valor pago.
  • Reúna a família e converse sobre o tema. Um ponto a ser levado em conta é o custo de vida da região onde se deseja morar, que pode ser mais alto do que o atual.

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