Câncer já é a segunda causa de morte entre crianças e adolescentes

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de novembro de 2018 às 14:35
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:11
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A boa notícia, entretanto, é que, em crianças, o potencial de cura é ainda mais alto do que nos adultos

O câncer é a segunda causa de morte
entre crianças e adolescentes de um a 19 anos no país, atrás apenas das mortes
por acidente.

Entre as doenças, é a que mais mata
nesta faixa etária. Para 2019, são esperados mais 12,5 mil novos casos. A boa
notícia, entretanto, é que, em crianças, o potencial de cura é ainda mais alto
do que nos adultos, devido ao tipo de células que atingem. As chances de cura
são de 80%.

No Dia Nacional de Combate ao Câncer,
celebrado nesta sexta-feira, 23 de novembro, e criado há 10 anos para
conscientizar sobre a doença, a chefe da pediatria do Instituto Nacional do
Câncer (Inca), Sima Ferman, destaca a importância do diagnóstico precoce. “Os
tipos mais comuns que ocorrem em crianças são as leucemias, os tumores de
sistema nervoso central e os linfomas. Mas também há outros tumores que são
muito característicos que ocorrem em crianças. Todos eles são relativamente
raros, se for comparar com os que acontecem nos adultos. Mas eles assumem uma
importância muito grande porque são altamente curáveis e, quanto mais
precocemente for feito o diagnóstico, eu vou poder curar essas crianças com
menos tratamento”, disse.

Sima explica que as dificuldades para
o diagnóstico são maiores em crianças do que em adultos pelos sintomas muito
parecidos com doenças comuns. No entanto, a garantia de mais recursos, mais
profissionais e estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS), onde a maior
parte das crianças é tratada, poderia garantir mais sucesso. “O que temos que
pensar é que câncer na criança é um problema de saúde pública. Há necessidade
realmente de um grande investimento. É necessário ter centros especializados na
atenção à criança em todo o Brasil e mais próximos aos locais onde as crianças
vivem”, afirma a médica.

O direito à cultura para as crianças
e adolescentes com câncer associado ao direito à saúde pública de qualidade
estão também no topo da preocupação de uma organização que conhece de perto as
dores e sorrisos das crianças com câncer.

Ronaldo Aguiar, diretor artístico da
Doutores da Alegria, conta o relato de uma mãe e se associa à defesa de que é
preciso mais saúde pública. “As pessoas não sabem da importância do SUS. Ter um
sistema único de saúde, que é universal e atende todos os tipos de doença. A
saúde é um direito”, disse Aguiar.

Diferente dos adultos, nos quais
muitas vezes o câncer está associado também a hábitos de vida, nas crianças é
mais difícil falar em prevenção, pois não há uma relação estabelecida entre causa
e efeito. O Inca reforça que a melhor forma de controle é o diagnóstico precoce
a partir de um acompanhamento médico regular.


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