CAMPEÃO

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 6 de junho de 2016 às 12:10
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:47
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Pedir permissão, pedir por favor, são provas de respeito, humildade e educação. Novak Djokovic disse a Gustavo Kuerten que aquele coração desenhado no saibro de Roland Garros era uma de suas melhores lembranças e pediu permissão para repeti-lo, caso ganhasse o torneio. Guga permitiu de pronto e estava lá nas tribunas assistindo ao jogo e, emocionado, assistiu à repetição de seu gesto por um dos maiores jogadores do mundo, um cara muito simpático, gente boa, conhecido como “Djoko”. Foi um jogo de três horas de duração, com toda a pressão sobre o sérvio, já que era o único título de Grand Slam que faltava a ele. O primeiro da carreira, o Aberto da Austrália, foi conquistado aos vinte anos de idade, em 2008. Agora ele chegou a doze.

O tênis é um esporte onde a condição emocional é preponderante sobre o resultado da partida. Já dizia o treinador Timothy Gallwey que “o adversário dentro da nossa própria cabeça é mais poderoso do que o que está do outro lado da rede”. Djoko dominou aquele adversário interno e assim sobrepujou o adversário externo, alcançando um feito notável, já que em três outras oportunidades ele havia sido vice-campeão. Em 2015, Stan Wawrinka venceu a final: Djokovic chorou. Mas não desistiu. Retomou seu caminho e neste domingo pode repetir o gesto de Guga, entrando para a história do tênis. Pedindo permissão, mostrou o respeito que todo grande campeão merece e que todo grande campeão tem para com o próximo. Vida longa a Novak Djokovic, Campeão de Roland Garros.

*Esta coluna é semanal e atualizada às segundas-feiras.


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