Cafeicultores de Franca investem em segurança para evitar roubos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de junho de 2019 às 19:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:37
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Produtores rurais enfrentam a criminalidade com equipamentos de segurança, apoio de vizinhos e cães de guarda

Cafeicultores
estão investindo em segurança e mudando a logística de produção para se
protegerem de furtos e roubos na região de Franca. Eles dizem que as
ocorrências aumentaram devido ao período de colheita, que vai até o início de
2020.

Gustavo Leonel,
que tem 120 hectares de plantação de café em Franca, diz que seus funcionários
estão com medo de dormir na fazenda.

O agricultor
instalou cercas elétricas, alarmes e câmeras de segurança para tentar afastar
os ladrões e contratou seguro de vida para os trabalhadores. “Nós estamos
vivendo um momento de safra, aí fica um pouco mais visível aos olhos dos
criminosos, que adentram as fazendas, roubam, ameaçam e infelizmente isso tem
sido muito comum na nossa região”, diz.

O fazendeiro
diz que, mesmo com apoio da Polícia Militar, é difícil conter a criminalidade,
porque existem muitas fazendas na região e, quando os policiais chegam, os
ladrões já fugiram para roubar outra propriedade.

Como
equipamentos de segurança não bastam, o agricultor decidiu que, depois da
colheita e do beneficiamento, o café não será mais armazenado dentro da
fazenda, mas em armazéns distantes, que ele considera mais seguros. “O café é
uma mercadoria de alta liquidez. O produto final, que é o café beneficiado,
salta aos olhos”, diz. “Mas a gente já se deparou com situações do pessoal
fazer furtos e roubos do café antes mesmo do beneficiamento. Isso é muito ruim,
desanimador”, reclama.

Em Ribeirão
Corrente, Wanderley Cintra enfrenta o mesmo problema. A fazenda dele tem sido
alvo dos ladrões nos últimos anos, mas nesta safra ele espera que seja
diferente.

O agricultor
agora tem oito cachorros de porte grande para afastar os criminosos. “Eles
funcionam como alarme e como segurança particular. Dá muita tranquilidade e
segurança, principalmente no período noturno”, diz.

Assim como
Leonel, Cintra afirma que os furtos e roubos de equipamentos estão aumentando
na safra.

O fazendeiro
diz que mantém contato com os vizinhos e têm apoio das polícias Militar e
Civil. “Nesse período de colheita a
gente lida com muita gente, então precisamos estar bem atentos”, diz,
preocupado. “Qualquer movimento estranho, veículo diferente, a gente aciona o
Zap (WhatsApp) e todo mundo fica atento.”

Gustavo
e Wanderley não são os únicos que reclamam da insegurança. Nos últimos anos,
muitos cafeicultores foram alvo de ladrões na região.

Em 2016, uma quadrilha roubou um caminhão de lixo em
Franca, invadiu uma fazenda em Restinga, rendeu funcionários e roubou cerca de
12 toneladas de café. A carga era avaliada em R$ 100 mil.

Fazendas menores também são alvo de criminosos. Câmeras
de segurança flagraram três homens furtando equipamentos e sacas de café do
galpão de uma fazenda em Ribeirão Corrente. Eles andaram agachados e devagar,
para não fazer barulho e não chamar atenção.


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