Cada vez mais espaços de socialização, as cozinhas surgem mais coloridas

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  • Publicado em 27 de agosto de 2018 às 19:57
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:58
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Colorido pode ser visto inclusive em armários e eletrodomésticos, o que traz um ar moderno e alegre

Armários e eletrodomésticos ultracoloridos dominaram as cozinhas nos anos 80. Naquela época, era comum ter uma cozinha inteira vermelha, azul ou, quem sabe, amarela. Nos anos seguintes, no entanto, a funcionalidade e a neutralidade do ambiente ficaram mais evidentes, deixando esses espaços monocromáticos e até frios. “O que aconteceu foi que a função de construir as casas estava delegada ao mercado mobiliário. Desta forma, as cozinhas acabaram sendo transformadas em um em espaço comercial, baseado em um gosto comum dos possíveis compradores. Por essa razão, elas passaram a ser brancas e pretas, cores que combinam com quase tudo”, diz a arquiteta Flávia Damasceno Soares. 

Mas na arquitetura, assim como na moda, as tendências também são cíclicas e, pouco a pouco, as cozinhas vêm se colorindo outra vez.  A nova roupagem dessa tendência vem em um momento em que as cozinhas estão deixando de ser o “templo sagrado”, onde só as donas de casa entram, para se tornarem um espaço agregador e apto para receber, não apenas a família, mas os amigos. “Cada vez mais em voga, o conceito cozinha social torna esse espaço ainda mais aberto, integrado à área de estar, um ambiente extrovertido, ideal para compartilhar com a família e amigos. Essas características põem o anfitrião no centro do palco, onde pratos são cuidadosamente preparados sob os olhares atentos dos convidados, como em uma cena teatral”, salienta Flávia.

Com essa nova tendência, as cozinhas se tornaram mais sofisticadas, mesclando materiais, cores, texturas e, na maioria das vezes, enriquecidas com um mobiliário elegante e prático, o que exprime a personalidade do usuário. “Um mix de materiais e elementos polivalentes possibilita a elaboração de ambientes ricos, únicos e singulares, e as paletas de cores fortes conferem um toque extra de requinte a esses ambientes”, destaca a profissional.

Muito mais cor

A aposta contemporânea são os móveis – e até paredes – de cores mais ousadas, como laranja, vermelho e amarelo, que fogem dos clássicos tons de branco. Também se busca a elegância das cores escuras com materiais mais nobres, metais em várias tonalidades, como o bronze, e madeiras em tons quentes ou oxidados, aliados a eletrodomésticos em vitrines elegantes de vidro fumê, pretos e acinzentados, complementados por pedras naturais em tampos ou detalhes nas paredes. O uso mais intensificado do preto resulta em cozinhas escuras, que estão em alta em ambientes contemporâneos e de bastante estilo. “As cores fazem bem, principalmente na cozinha, onde são preparadas as refeições, uma vez que elas despertam sensações, o que é positivo quando isso é bem direcionado no projeto”, salienta Flávia.

A aposta está nos contrastes entre os pretos e cinzas, harmonizado com cores menos densas, podendo explorar tons de azuis, amarelos e alaranjados. Independente do estilo da cozinha, as cores devem ser usadas com muito critério no mobiliário. “A escolha das cores deve levar em conta o todo, já que a cozinha, hoje, é parte integrante de um conjunto com o espaço de estar”, acrescenta a arquiteta.