Brasil pode perder certificado de eliminação do sarampo, alerta Opas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de setembro de 2018 às 21:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:03
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Risco de penalização existe caso o surto da doença permanecer no país por mais de 12 meses

O Brasil tem até
fevereiro de 2019 para reverter os surtos de sarampo registrados em diversas
áreas do país – sob pena de perder o certificado de eliminação da doença,
concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 2016.

O alerta foi feito pela
assessora regional de Imunizações da entidade, Lúcia Helena de Oliveira,
durante a 20ª Jornada Nacional de Imunizações, no Rio de Janeiro.

Dados do Ministério da Saúde mostram
que, até 24 de setembro, foram confirmados 1.766 casos de sarampo, dos
quais 1.367 no Amazonas e 325 em Roraima.
Há ainda, segundo a pasta, quase 8 mil casos em investigação em ambos os
estados, além de casos isolados em São Paulo (3), no Rio de
Janeiro (18), no Rio Grande do Sul (29), em Rondônia (2), em Pernambuco
(4), no Pará (14) e em Sergipe (4).

Lúcia Helena de Oliveira lembrou que
a Venezuela, de onde veio a cepa de sarampo identificada no Brasil, perdeu seu
certificado de eliminação em junho deste ano.

Contra
o tempo

O critério adotado pela Opas para
conferir transmissão sustentada é que o surto se mantenha por um período
superior a 12 meses. As autoridades sanitárias brasileiras, portanto, correm
contra o tempo, já que os primeiros casos da doença no Norte do país foram
identificados no início do ano. “Sabemos que os casos no Brasil são de
importação, lamentavelmente, pelas condições de saúde em que vive a Venezuela.
Mas só estamos tendo casos de sarampo no Brasil porque não tínhamos cobertura
de vacinação adequada. Se tivéssemos, esses casos viriam até aqui e não
produziriam nenhum tipo de surto”, destacou a assessora da Opas.

Atualmente cerca de 4,4 mil
municípios atingiram a meta de vacinação estipulada por meio de campanha, o que
representa que aproximadamente 1,3 mil cidades permanecem com coberturas
vacinais que deixam a desejar. “As importações continuarão sendo uma
ameaça permanente. A única forma de evitar a disseminação do vírus é obtendo
coberturas vacinais acima de 95% em todos os municípios – não somente em nível
de país”, ressaltou Lúcia Helena Oliveira.


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