Brasil perde certificado de erradicação do sarampo e casos voltam a preocupar

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  • Publicado em 6 de julho de 2019 às 17:33
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:39
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Importância do diagnóstico da doença volta a ganhar destaque paralelamente às campanhas de vacinação

Após mais de dois anos de posse do certificado de
erradicação do sarampo, em março o Brasil perdeu este status conferido pela
Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), vinculada à Organização Mundial de
Saúde (OMS). Com os casos em alta no país, a importância do diagnóstico da
doença volta a ganhar destaque paralelamente às campanhas de vacinação.

“O sinal de alerta brasileiro em torno do
sarampo foi ligado em 2018, com o surto da doença que tomou conta
principalmente na região norte do país. Com o volume de casos que passa a se
espalhar agora em outras regiões, tão importante quanto a prevenção por meio da
vacina é o diagnóstico para que o tratamento seja assertivo com o objetivo de
preservar vidas e conter o vírus e as suas consequências ao evoluir no organismo”,
destaca Gustavo Janaudis, diretor executivo da EUROIMMUN Brasil, empresa de
origem alemã referência em soluções para diagnóstico.

No Brasil, com o recente surto da doença que tem
castigado os estados do Norte do País, entre fevereiro de 2018 e fevereiro de
2019, foram registrados mais de 10,3 mil casos confirmados e 12 mortes, o que
levou a perda do certificado de erradicação do sarampo. Agora, o vírus também
começa a se manifestar no Sudeste: São Paulo (SP) registrou no mês de março o
primeiro caso confirmado de sarampo desde setembro de 2015 – segundo
informações da Secretaria Municipal da Saúde, a contaminação ocorreu na
Noruega. Por outro lado, em Santos (SP) foi detectado o primeiro caso autóctone
– ou seja, com origem na própria localidade – numa criança que já havia sido
vacinada.

Os estados com maior número de infecções são
Amazonas, Roraima e Pará, seguidos de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro,
Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Bahia, Rondônia e Distrito Federal.

Diagnóstico e imunização

Um dos testes para diagnósticos de sarampo
aprovado pela Anvisa e disponibilizado nas redes pública e privada é produzido
pela EUROIMMUN. A solução é desenvolvida a partir da técnica ELISA, na qual
antígenos puros da doença envolvem a microplaca – se a amostra for positiva, os
anticorpos (IgM ou IgG) diluídos no soro se ligam aos antígenos e passam a ser
visíveis por uma alteração de cor. A intensidade da cor produzida é
proporcional à concentração de anticorpos na amostra.

“O diagnóstico do sarampo é realizado
mediante detecção de anticorpos IgM no sangue, na fase aguda da doença, desde
os primeiros dias até 4 semanas após o aparecimento do exantema. Já os
anticorpos específicos da classe IgG podem, eventualmente, aparecer na fase
aguda da doença e costumam ser detectados muitos dias após a infecção”,
explica Janaudis.

A imunização da doença deve ser realizada por
meio da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba.
Está disponível em todos os postos de saúde e deve ser aplicada em duas doses. 


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