Brasil: não somos mais o país do futebol

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de abril de 2016 às 16:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:42
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Há quem afirme que para o Brasil evoluir na economia, na educação e ser um país de verdade precisaria largar de ser o país do futebol, do samba. Bom, amiguinhos, já não somos, há algum tempo o país do futebol. Mas, agora, que já não somos mais aquela potência no futebol, restou-nos os videoteipes de 70 e da linda (mas não vitoriosa) seleção do mestre Telê Santana.

Reclamávamos de #VergonhaAlheia porque os jogadores da seleção não sabiam nem cantar o Hino Nacional Brasileiro. Pois bem, a seleção aprendeu o hino, mas esqueceu o futebol.

O que a seleção brasileira aprendeu com os 7X1

Aprendemos muita coisa, na teoria. Percebemos que não é mais possível viver de lampejos, dependendo de uma jogada mágica de um craque ou do famoso peso da camisa da seleção. Percebemos que é necessário investir na base, na peneira, nos clubes (que estão endividados), nos campeonatos nacionais, no planejamento geral do nosso futebol.

Mas o tempo passou e não aconteceu rigorosamente nada.

Então… de lá pra cá (desde 2010 pra mim), o time brasileiro não é um time, mas um bando. Temos um ou outro jogador craque, mas não temos um time. Temos um solista, mas não uma orquestra. Neymar é excepcional, mas não tem parceiros em campo, apenas os do pagode, extra gramado. No ataque, que diria, área de grandes craques, agora, dependemos de Ricardo Oliveira, que até é um bom atacante, diante de uma safra ruim.

“O Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo no futebol e ficou triste. É 85º em educação e não há tristeza”. [Cristóvam Buarque].

E o que dizer dos nossos técnicos? Estão defasados. Recentemente acompanhamos as homenagens (corretas) à Johan Cruyff, jogador que mudou a história da seleção holandesa e que nos gramados, já como treinador foi revolucionário. Eficiente nos resultados e também na implementação do estilo de jogo, ofensivo, baseado em toques rápidos e muita movimentação com e sem a bola, que faz, hoje, o time do Barcelona ser uma referência mundial.

Aparentemente não temos técnicos capazes de comandar qualquer mudança, porque muita coisa precisa acontecer na base. Uns até vão fazer algumas visitas no Barcelona, participam de capacitações, mas a evolução não acontece, porque a estrutura do futebol brasileiro vem se decompondo há tempos.

Seleção brasileira: Grana e marketing

Os comentaristas esportivos, boa parte dos que estiveram no gramado – quase todos vestiram a camisa da seleção brasileira – dizem em coro que não há mais amor à camisa. Não é só isso, claro, como já colocado nas linhas anteriores desse texto.

Mas ainda é possível notar que os nossos “craques” ganham muito bem (obrigado) em seus clubes e usam a seleção para se projetar internacionalmente e estão mais interessados em faturar volumosos contratos publicitários.

O que acontece com a seleção brasileira?

Amava escrever sobre futebol e esportes no geral. Eu tinha até uma editoria chamada “Rapidinhas da Arquibancada” dentro de um outro blog. Já a minha relação com a SELEÇÃO BRASILEIRA, há tempos (desde 2010), tem sido pouco amistosa. De lá pra cá venho assistindo a pouquíssimos jogos. Mas, enquanto o sono não chegava, resolvi assistir a partida entre Brasil e Paraguai.

Sequer consegui ver o empate do Brasil. Dormi antes.

A impressão que ando tendo é a de que ao ver o time de amarelo na TV, com todo o respeito a essas seleções (elas vão se sentir ofendidas), parece-me que quem está em campo é o Equador, ou a Colômbia ou a Venezuela.


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