Brasil exportou quase 33 milhões de sacas de café no ano safra 2016/2017

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de julho de 2017 às 18:56
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:15
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Do total embarcado no ano safra 16/17, 28,953 milhões de sacas foram de café arábica

ano safra cafeeiro 2016/2017 chegou ao fim. No período, que vai de julho de 2016 a junho de 2017, o Brasil exportou 32,9 milhões de sacas de café. Na comparação com o ciclo anterior, as embarcações tiveram queda de 7,4%, de acordo com dados divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil(Cecafé) na manhã desta quarta-feira (12), em São Paulo. Os volumes incluem café verde e industrializado. 

Foto: Gui Gomes/ Café Editora


Em relação a receita cambial, nos últimos 12 meses as vendas dos grãos de café para o exterior somaram US$ 5,6 bilhões, 5% a mais que na safra anterior, que foi de US$ 5,3 bilhões. O preço médio de exportação da saca de café brasileira foi de US$ 171,48, acréscimo de 13,4% em comparação com a safra 2015/2016. 

“Foi um ano que não pudemos exportar mais devido aos problemas climáticos que se refletiram, principalmente, no conilon. Além disso, os estoques de café foram se exaurindo”, disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes. Para ele, a partir de agosto haverá um incremento nas exportações de café com a entrada da safra 2017/2018. 

Do volume total embarcado no ano safra 2016/2017, 28,953 milhões de sacas foram de café arábica, recuo de 2% em relação ao ciclo anterior. Já as exportações de conilon somaram 277,5 mil, queda de 88,1% na mesma comparação. Segundo Carvalhaes, as vendas externas deste tipo de grão despencaram em consequência da seca que atingiu regiões produtoras do Brasil, como o Espírito Santo. 

Considerando-se apenas o mês de junho, o total de embarcações dos grãos brasileiros apresentou queda de 16,3% em relação a igual mês de 2016, registrando um volume de 2.051 milhões de sacas exportadas.  Do café tipo conilon foram embarcados em junho 19 mil sacas de 60 kg, pior resultado desde 1990 para o mês. 

Já o arábica teve 1.791  milhões de sacas exportadas em junho, volume que representa queda de 11% em relação ao  mesmo mês da safra passada. Apesar disso, em comparação com anos-safras antecedentes, a espécie está se mantendo firme, atendendo os desejos dos mercados. 

A receita com as exportações no mês passado caiu 5% na comparação com junho de 2016 e totalizou US$ 341,8 milhões. 

Os norte-americanos são os principais consumidores do café brasileiro. De julho de 2016 a junho de 2017 eles importaram 6,4 milhões de sacas (19,5% do total). Em seguida, aparecem os alemães, que compraram 5,8 milhões de sacas (17,9% do total) e os italianos, com 2,9 milhões de sacas (9,1%). Japão, Bélgica, Rússia, Turquia, Canadá, França e Espanha também estão entre os países importadores. 

Segundo Nelson Carvalhaes, o Brasil irá exportar este ano um volume de café parecido com o do ano passado, quando o país embarcou 34,2 milhões de sacas de café. A expectativa é baseada na bienalidade negativa do arábica e as decorrências dos efeitos climáticos na produção do conilon. 

Estoques privativos de café do Brasil 

Na manhã desta quarta-feira (12), a Companhia Nacional de Abastecimento(Conab) divulgou que os estoques privados de café do Brasil somaram 9,86 milhões de sacas de 60 kg ao final da safra 2016/2017, queda de 27,4% ante o volume apontado no fim da safra 2015/2016. Para o Carvalhaes, é importante que o processo de verificação dos números, a metodologia utilizada pela instituição governamental, seja revisada. 

“Se somarmos as exportações não teríamos café para consumir internamente. É necessário investimento para termos números mais exatos para que o mercado trabalhe com tranquilidade”, disse. 


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