Brás: nova Feira da Madrugada começa a ser construída em São Paulo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de julho de 2019 às 18:23
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:41
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Projeto prevê investimento de R$ 500 milhões em 182 mil metros; estrutura deve terminar em agosto de 2020

Após processo marcado por protestos e disputas judiciais, o consórcio Circuito de Compras anunciou na última sexta-feira, 19 de julho, o início das obras estruturais do shopping popular que substituirá a Feira da Madrugada no Brás, na região Central de São Paulo.

Com o nome de Centro Popular de Compras, o empreendimento pretende ser o maior centro de compras das Américas, com 182 mil m² construídos, 4 mil boxes, mil lojas, além de praça de alimentação e estacionamento. As obras devem ser concluídas até agosto de 2020.

O terreno está localizado entre a Avenida do Estado e as Ruas São Caetano e Monsenhor de Andrade. “Quem conheceu antes do início da obra sabia que era um grande espaço de ilegalidade, de falta de recolhimento de impostos e muitas vezes presença do crime organizado. Ninguém ganhava com aquela situação”, afirmou na cerimônia o prefeito Bruno Covas.

A Prefeitura de São Paulo concedeu o terreno para o consórcio em 2015, ainda na gestão de Fernando Haddad. Desde então, houve protestos de comerciantes contra a retirada de seus boxes, contestação do contrato de concessão, que dá o direito ao grupo de administrar o local pelos próximos 35 anos, e denúncias de contaminação no solo.

Em 2018, os comerciantes foram retirados definitivamente do local e transferidos para um galpão provisório nas proximidades, chamado de “Amarelão”. No mesmo ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) liberou a construção do shopping e o consórcio iniciou as obras de demolição, retirada de entulho.

Na nova etapa de construção da estrutura, estão previstos investimentos de R$ 500 milhões da iniciativa privada. Além do prédio, o shopping deve contar com um sistema circular de ônibus que fará integração entre outras áreas comerciais como 25 de Março, Bom Retiro e Santa Ifigênia.

De acordo com Covas, os comerciantes que ocupavam boxes da antiga Feira da Madrugada terão preferência no novo centro. “Quem já trabalhava aqui tem preferência. E tem mais vagas que pessoas cadastradas na Prefeitura, então todos que trabalhavam têm espaço garantido”, afirmou.

Segundo a Prefeitura, pouco mais de 3 mil comerciantes ocupam hoje o “Amarelão”, pois nem todos quiseram migrar para o espaço provisório. A expectativa do Centro Popular de Compras é criar 20 mil empregos diretos. “Ninguém vai poder cobrar mais do que está no contrato, que é o aluguel social de R$900. Ele é o menor da região do Brás. E os produtos que serão vendidos deverão estar dentro da lei”, diz o diretor do consórcio, Eduardo Badra.

Sobre o problema de contaminação no solo, Badra afirma que já está controlado. “O problema da contaminação do solo já foi resolvido, está sendo resolvido. Cada camada que é retirada, é feita uma análise do terreno que é encaminhada para a Cetesb, que depois nos dá um termo de eliminação de contaminação. A cada 6 meses é feito um novo relatório para emissão do alvará de funcionamento”, diz.


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