Boletim Econômico da saúde revela baixo número de leitos do SUS no Estado

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  • Publicado em 29 de maio de 2018 às 09:45
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
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São 2,11 leitos por 1 mil habitantes, índice muito inferior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde

Yussif Ali Mere Junior, presidente da FEHOESP diz que o setor de saúde necessita de dados estatísticos

A
segunda edição do Boletim Econômico FEHOESP revela que, neste trimestre, houve
uma redução no número de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) por 1000 habitantes:
são 2,11 leitos por 1000 habitantes, índice muito inferior às recomendações da
Organização Mundial da Saúde (OMS).

A
publicação reúne dados importantes do setor a partir de estatísticas do SUS,
Ministério do Trabalho, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e outras fontes de dados
econômicos oficiais, além de pesquisas desenvolvidas pela FEHOESP (Federação
dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises
Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São
Paulo).

Nesta
edição, o boletim também aponta um crescimento tímido dos empregos no setor e o
aumento do número de estabelecimentos de saúde, que podem indicar uma fraca
recuperação do segmento. De acordo com a FEHOESP, 97% dos serviços de saúde
sofrem algum tipo de glosa (que são as recusas de pagamento de contas por parte
das operadoras de plano de saúde) dos planos de saúde.

Yussif
Ali Mere Junior, presidente da FEHOESP e médico de Ribeirão Preto (SP),
ressalta que o Boletim Econômico FEHOESP é uma importante fonte de consulta e
informação para os gestores dos serviços de saúde e para a imprensa. “O setor
de saúde carece de dados estatísticos e analíticos e foi por esse motivo que a
FEHOESP decidiu criar esse levantamento, que pode auxiliar gestores e o poder
público na tomada de decisões e no gerenciamento das políticas de saúde”.

Indicadores de leitos por 1.000 habitantes

Enquanto
no SUS são 2,11 leitos por 1000 habitantes, o setor suplementar de saúde possui
3,27 leitos por 1000 habitantes. A média dos países que integram a Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 3 leitos por 1000
habitantes. Na iniciativa privada houve o aumento de leitos por causa da queda
de beneficiários dos planos de saúde nos últimos três anos em decorrência da
crise e do desemprego. A FEHOESP alerta que a distorção entre leitos públicos e
privados reflete a falta de política pública que integre os setores público e
privado.

Número de leitos no Brasil pelo SUS

Em
dezembro de 2017, o SUS contabilizava 303.183 leitos. Em 2010, eram 335.482
leitos. Houve fechamento de 32.299 leitos (queda de 9,6%). Já o setor privado,
em 2010, somava no país 127.674 leitos e, em dezembro de 2017, esse número
subiu para 133.629, com incremento de 5.955 leitos (crescimento de 4,7%).

Número de estabelecimentos de saúde cresceu no primeiro
trimestre

Em
março de 2018, o número de estabelecimentos de saúde no país (somando públicos
e privados) é de 316.736 unidades, enquanto que em dezembro de 2017 eram
312.502. Houve crescimento de 1,4% no trimestre. Em dezembro de 2017, o estado
de São Paulo contabilizava 75.857 estabelecimentos e, em março de 2018, o
número saltou para 76.725.

Criação de empregos na saúde

No
acumulado de janeiro a março de 2018, houve criação de 22.183 vagas de trabalho
nas atividades do setor de hospitais, clínicas, laboratórios e demais
estabelecimentos de serviços de saúde no país, totalizando 2.166.664
trabalhadores. Destacando-se a criação de 6.121 vagas na atividade médica
ambulatorial e 5018 vagas na atividade de atendimento hospitalar. O estado de
São Paulo representa 33% do total de empregos do setor, com 719.711
trabalhadores, tendo gerado 7.659 vagas no acumulado do ano (crescimento de
2,8%).

97% dos serviços de saúde sofrem glosas dos planos de
saúde

O
Levantamento também concluiu que 97% dos serviços de saúde conveniados com
planos de saúde sofrem glosas nas contas encaminhadas. 72% das contas glosadas
são questionadas e reapresentadas e 43% delas conseguem a recuperação dos
valores glosados.


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