Boa notícia: exportações de calçados geraram US$ 84,7 milhões em setembro

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  • Publicado em 13 de outubro de 2016 às 23:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:59
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Resultado seria superior tanto em em dólares (+1,1%) quanto em pares (+0,5%) no comparativo a 2015

Apesar de reagir de forma tímida, exportações sinalizam momento de estabilidade

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, em setembro, foram embarcados 10,4 milhões de pares para o exterior, o que gerou US$ 84,7 milhões. Os resultados demonstram para uma estabilidade, com leve queda frente a agosto (-3,4%) e incremento de 3,6% na relação com o mesmo mês do ano passado. Com isso, os calçadistas acumularam 87 milhões de pares embarcados por US$ 702,5 milhões entre janeiro e setembro, resultados superiores tanto em dólares (+1,1%) quanto em pares (+0,5%) no comparativo com igual ínterim de 2015.

O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, destaca que a instabilidade cambial segue impedindo um resultado melhor para os exportadores. “No início do ano, esperávamos um desempenho positivo ao longo de 2016. Com a instabilidade cambial provocada pela crise econômica e política brasileira, bem como as incertezas macroeconômicas, acumulamos resultados negativos na primeira parte do ano. Agora, com o quadro um pouco mais definido, já podemos vislumbrar um resultado pouco superior ao de 2015, mas o quadro ainda é nebuloso”, avalia o executivo. Segundo ele, a recuperação tem sido puxada por mercados importantes, como os Estados Unidos e a Argentina, país que tinha uma demanda represada pela política protecionista aplicada pelo governo de Cristina Kirchner entre 2012 e 2015.

Destinos

Entre janeiro e setembro o principal destino do produto brasileiro foram os Estados Unidos, país que importou 9 milhões de pares por US$ 159,7 milhões, resultados superiores tanto em volume (+16%) quanto em dólares (+16,6%) na relação com igual período do ano passado. Com isso, os Estados Unidos responderam por quase 23% do total gerado com exportações de calçados no período analisado.

A Argentina, que segue na segunda posição entre os destinos do calçado verde-amarelo, importou 7,3 milhões de pares por US$ 83,35 milhões, incrementos de 17,8% em volume e 57% em receita gerada no comparativo com o acumulado dos nove meses do ano passado.

O único país a registrar queda no pelotão de frente dos principais destinos foi a França. Entre janeiro e setembro os franceses importaram 6 milhões de pares por US$ 40 milhões, quedas de 3,5% e 2,8%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2015.

RS é o maior exportador

O Rio Grande do Sul segue sendo o maior exportador de calçados do Brasil. Entre janeiro e setembro os gaúchos exportaram 20,5 milhões de pares que geraram US$ 313,5 milhões, resultados superiores tanto em pares (+46%) quanto em receita (+17%) no comparativo com o ano passado. Com isso, o Estado respondeu por quase 45% do total gerado com exportações de calçados no período.

O Ceará foi o segundo destino no período. Nos nove meses os cearenses exportaram 32,5 milhões de pares que geraram US$ 180,56 milhões, queda de 5,4% em pares e incremento de 1% em dólares no comparativo com igual período de 2015.

São Paulo apareceu na sequência com 7 milhões de pares embarcados por US$ 80,85 milhões, quedas tanto em pares (-2,6%) quanto em receita (-14,5%) no comparativo com o acumulado do ano passado.

Importações

Com a desvalorização de 23% ao longo do ano, o câmbio, ao mesmo tempo em que prejudica a competitividade dos exportadores, vem abrindo mais espaço para as importações de calçados. No mês de setembro, entraram no Brasil 2,3 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 43 milhões, resultado 7,5% superior ao auferido no mesmo mês do ano passado. Se comparado ao mês de agosto, o número é 28,5% maior. Com o resultado de setembro, no acumulado entraram no País 18,35 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 273,58 milhões, números menores tanto em volume (-34%) quanto em valores (-33,7%) na relação com igual ínterim de 2015.

As principais origens das importações no período foram Vietnã (8,3 milhões de pares por US$ 152,23 milhões, quedas de 35% e 32%, respectivamente), Indonésia (3,2 milhões de pares por US$ 58 milhões, quedas de 42,2% e 42,5%) e China (5,2 milhões de pares por US$ 30 milhões, quedas de 6,4% e 21,6%).

Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, saltos, solas etc – foi importado o equivalente a US$ 33,3 milhões, 30,5% menos do que o registro acumulado entre janeiro a setembro do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.


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