Batata inglesa pressiona inflação de Páscoa com alta de mais de 78%

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de março de 2019 às 22:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:28
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A elevação de preço da batata-inglesa nos últimos 12 meses pode ser atribuída à questão climática

A batata-inglesa é a
vilã da cesta de produtos que compõem o índice de inflação da Páscoa. A
variação positiva foi de 78,83% nos últimos 12 meses compreendidos entre abril
de 2018 e março de 2019.

A pesquisa foi
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
(Ibre-FGV).

A inflação de Páscoa atingiu 17,15%, depois de experimentar
variações de 2,61%, em 2018; e deflação de 0,36%, em 2017. A taxa superou com
folga o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), da FGV, que ficou em 4,37%. A
alta registrada para os produtos mais consumidos na Páscoa voltou ao patamar
observado em 2016, da ordem de 15,17%.

Segundo o pesquisador Igor Lino, do instituto, responsável pelo
levantamento, a batata-inglesa tem peso de 17,5% na cesta de produtos para a
Páscoa. Retirando a batata da cesta, a inflação dos itens de mesa para a Páscoa
cai de 17,15% para 4,11%. “Ela (a batata-inglesa) é a grande vilã da inflação”

A elevação de preço da batata-inglesa nos últimos 12 meses pode
ser atribuída à questão climática, com registro de muita chuva no início do ano
e calor intenso. O mesmo pode ser explicado em relação à couve, que subiu no
período 21,17%.

O terceiro produto que contribuiu para a alta da inflação foi o
bacalhau (+19,35%), em função do aumento do dólar, cuja variação atingiu 20% no
ano. O quarto aumento significativo foi detectado no atum (10,36%).

Reajustes baixos

Lino disse que somente os pescados frescos tiveram aumento
moderado de 4,67%. Alertou, porém, que com a proximidade da Semana Santa, “a
demanda vai ser maior pelos pescados frescos e, com certeza, pode ter
um aumento de preços aí”.

Apesar da alta de 17,15% para os itens que compõem a mesa para a
Páscoa, alguns produtos tiveram reajuste abaixo da inflação média apurada pelo
IPC-10. Entre eles, podem ser citados bombons e chocolates (3,64%), sardinha em
conserva (2,83%), azeitona em conserva (2,73%), ovos de galinha (2,08%), e
azeite (1,13%).


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