Baixo consumo de peixe durante gravidez pode afetar cérebro da criança

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 16 de julho de 2020 às 02:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:58
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Estudo brasileiro mostra que baixo consumo de peixes na gravidez tem impactos negativos em bebês

​Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) mostra que um baixo consumo de peixe durante a gravidez pode ter impacto negativo e afetar o neurodesenvolvimento das crianças. 

Em comunicado, a FMUP afirma que o estudo mostra que uma alimentação insuficiente em ácidos gordos ômega 3 tem “impacto negativo do desenvolvimento dos cérebros dos bebês”, sendo o período mais crítico entre o terceiro trimestre da gravidez e os primeiros seis meses de vida.

Citada no comunicado, Margarida Figueiredo Braga afirma que “uma ingestão baixa de peixes ricos em DHA (ácido docosahexaenoico) pode comprometer o neurodesenvolvimento” das crianças, associando-se a Perturbações do Espectro do Autismo e a Perturbação de Hiperatividade e Déficit de Atenção (PHDA). 

Nesse sentido, os pesquisadores acreditam que um consumo mais elevado de peixe durante a gravidez e a amamentação até aos seis meses de idade (uma vez que os ácidos gordos também estão presentes no leite materno ainda que em quantidades “altamente variáveis”) estão relacionados com “um melhor desempenho neurocognitivo em crianças”.

“Há mesmo evidência de que uma ingestão adequada de ômega 3, através quer do peixe quer da amamentação, pode conferir alguma proteção contra o autismo”, refere a FMUP, acrescentando poder também “prevenir ou mitigar os sintomas de Hiperatividade e Déficit de Atenção”.

Apesar disso, Margarida salienta que são necessários “mais estudos que clarifiquem o papel dos ácidos gordos neste tipo de perturbações e que prevejam quais as grávidas e crianças que mais irão beneficiar com uma suplementação ou otimização da dieta”.

No comunicado, a FMUP acrescenta ainda que as autoridades de saúde aconselham às mulheres que estão tentando engravidar e às grávidas o consumo de duas a três porções de peixe, preferencialmente com menor teor de mercúrio, por semana.

O estudo contou também com a participação de pesquisadores do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).


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