Atividade física na vida adulta reduz risco de depressão em 16%

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de junho de 2018 às 16:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:50
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Pesquisa analisou dados de quase 18 mil praticantes de atividades físicas e constatou diminuição no risco

A sensação de bem-estar após a
prática de atividade física pode perdurar por mais tempo, sugere estudo
publicado no “JAMA Psychiatry” nesta quarta-feira, 27 de junho.
Pesquisadores analisaram dados de 17.989 indivíduos com idade média de 50 anos.
Aqueles com prática intensa e regular de atividade física tiveram 16% menos
chance de desenvolver depressão após os 65 anos.

Outro achado do estudo é que o exercício também diminui
o risco de morte por doença cardiovascular após diagnóstico de depressão. Isso
é particularmente importante porque estudos anteriores demonstraram que a
condição está associada a um aumento de mortes por doença cardiovascular.

Depressão e doença
cardiovascular estão entre as principais causas de incapacidade nas nações
desenvolvidas, apontam dados da Organização Mundial de Saúde.

A relação entre as duas condições pode ser explicada,
segundo o estudo, porque a depressão favorece o acúmulo de placas nas artérias
e também aumenta arritmias (batimentos irregulares do coração).

Madhukar Trivedi, coautor do estudo e diretor do Centro
para Pesquisa em Depressão da Universidade de Texas de Southwestern (EUA),
ressalta a importância da atividade física em adultos a partir dos achados do
estudo.

O pesquisador Madhukar Trivedi
explica que o exercício físico pode diminuir o risco de depressão porque
diminui a inflamação — mecanismo já associado a sintomas depressivos.

Pelos achados, Trivedi também sugere que, muitas vezes,
a primeira opção de tratamento para a depressão em indivíduos sem quadro sério
pode ser a associação entre psicoterapia e atividade física.

Detalhes do resultado

No acompanhamento dos
participantes, o estudo identificou 2701 diagnósticos de depressão, 610 mortes
por doença cardiovascular sem depressão prévia e 231 mortes por doença
cardiovascular após depressão.

Altos níveis de atividade física foram associados a 16%
menos risco de desenvolver depressão. Um alto nível de condicionamento também
foi associado a um risco 61% menor de morte por doença cardiovascular sem
depressão.

Depois de um diagnóstico de depressão, um alto
condicionamento foi associado a um risco 56% menor de morte.

De
modo geral, autores concluíram que a prática de atividade física deve ser
considerada como uma aliada no tratamento da depressão por especialistas.
Médicos também devem considerar a indicação da prática para estimular a
promoção do envelhecimento saudável.


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