App para taxistas mulheres, de Curitiba, promete ganhar o Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 08:31
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:06
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Lançado há menos de dois meses, o Miss Táxi tenta se estabelecer e conquistar novos mercados

Um aplicativo criado por uma Startup de Curitiba e lançado há pouco menos de dois meses promete ganhar o Brasil. É o Miss Táxi, que possibilita aos usuários (que podem ser homens ou mulheres) solicitarem corridas em táxis dirigidos exclusivamente por mulheres. 

Com cerca de 600 usuários e 100 taxistas cadastrados, o aplicativo tenta se consolidar na Capital ao mesmo tempo em que começa a disputar novos mercados — outras nove capitais já estão recebendo o pré-cadastro de taxistas, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro, dois dos maiores mercados de táxis no País.

De acordo com Eduardo Hofman, diretor comercial do Miss Táxi e um dos criadores do aplicativo (o outro é seu sócio, André Colares, diretor de tecnologia), o público principal do dispositivo são mulheres que saem a noite, com idade de 18 a 30 anos. Pessoas de idade, executivos, crianças e pessoas da comunidade LGBT também fazem parte do público-alvo da empresa.

“Hoje, 5% dos taxistas são mulheres. Há algumas proposta, até no âmbito federal, para estabelecer um mínimo de 10%, o que mostra como tem uma demanda pelo serviço. E esse é um dos objetivos da plataforma, reforçar o trabalho feminino num mercado tão masculino”, afirma Hofman.

Uma das usuárias do aplicativo é a contadora Mayara Peixoto da Silva, de 34 anos. Ela conta que utiliza o aplicativo desde seu lançamento, no final do ano passado, após descobrir sua existência por meio de uma promoção lançada na rede social Facebook. Além dela, o filho de 16 anos também utiliza o Miss Táxi quando precisa voltar de festas, por exemplo.

“Comecei a usar o aplicativo porque uma vez fui assediada num táxi em Curitiba. Foi uma situação muito chata e meu marido não estava na cidade”, conta ela, que diz ficar mais tranquila com a possibilidade de fazer corridas com motoristas mulheres. “Agora, com a proposta do Miss Táxi, me sinto mais segura. Como o aplicativo tenho conexão direta com a motorista e posso até avisar se vou me atrasar um pouco”, complementa.

Para atrair um número cada vez maior de usuários, o Miss Táxi vem apostando em promoções. Segundo Eduardo Hofman, a cada semana têm sido lançadas entre duas a três.

Aplicativo era sonho antigo

Embora esteja operando há pouco menos de dois meses em Curitiba, após 10 meses de estudos e planejamento, a ideia de criar um aplicativo exclusivo para taxistas mulheres é uma demanda antiga, conta Luciana Ferreira de Vasconselos, de 45 anos e taxista desde 2008. Ela é uma das idealizadoras do Miss Táxi, ao lado das colegas Débora Bastos e Marcia Krauzer.

“Sempre teve entre as mulheres taxistas vontade de ter o aplicativo, mas não saía do papel. Mas um dia eu e uma taxista tocamos a ideia, uma amiga nossa apresentou o Eduardo (Hofman) e o sócio dele (André Colares). Queríamos algo diferente, personalizado”, conta. “Muitos clientes pediam nosso telefone porque preferiam andar com mulher por vários motivos. Diante dessa necessidade de atender a clientela de forma mais completa, criamos o aplicativo”.

O diretor comercial do Miss Táxi, Eduardo Hofman, ressalta ainda que o serviço não é sexista por negar motoristas homens, explicando que o serviço é um nicho do mercado de transporte de passageiros. “Simplesmente estamos atendendo uma carência do mercado. Vimos que tinha uma demanda, tratamos de saná-la”, diz.
Em breve novidades deverão ser anunciadas, de forma a impulsionar ainda mais o serviço.


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