Após Temer, ex-ministro Moreira Franco também é preso em fase da Lava-Jato

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  • Publicado em 21 de março de 2019 às 15:09
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:27
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Ele também foi ministro no governo Dilma Rousseff, nas secretarias de Aviação Civil e Assuntos Estratégicos

O ex-presidente da República Michel Temer foi preso na manhã desta quinta-feira (21), em São Paulo, pela Força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Os agentes também prenderam o ex-ministro Moreira Franco no Rio. 

O emedebista de 74 anos também foi ministro no governo Dilma Rousseff, nas secretarias de Aviação Civil e Assuntos Estratégicos. Ele governou o Rio entre de 1987 a 1991, além de ter tido três mandatos como deputado federal.

Temer foi levado até o Aeroporto de Guarulhos para realizar o exame de delito. O ex-presidente será enviado para a capital fluminense, ainda, nesta quinta-feira, em um avião da Polícia Federal. Moreira Franco já está no Rio de Janeiro. Ambos devem prestar depoimento ainda nesta quinta-feira.

O advogado Eduardo Carnelós, que defende Michel Temer, afirmou que a prisão do ex-presidente “é uma barbaridade”. O ex-presidente recebeu voz de prisão da Polícia Federal logo após sair de sua residência, no início da manhã, na zona oeste da capital paulista. A PF faz buscas na casa de Temer e também em seu escritório.

A ordem dos mandados de prisão preventiva é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeir. A Operação Lava Jato afirmou que Temer atua como chefe de uma organização criminosa que atua há 40 anos no Rio de Janeiro.

A ação que levou a prisão do ex-presidente é um desdobramento da Operação Radioatividade, que investiga desvios nas obras da Usina de Angra 3 e tem como base a delação do empresário José Antunes Sobrinho, dono da Engevix.

De acordo com o G1, João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, amigo pessoal do ex-presidente Temer desde 1980, também foi preso no começo da tarde desta quinta-feira, em São Paulo. Ele é apontado por Sobrinho como operador dos pedidos de propina.

A detenção foi ordenada no âmbito de uma investigação aberta para verificar supostas irregularidades em contratos assinados com a estatal que opera usinas do Brasil, a Eletronuclear.

Segundo a denúncia, as empresas que assinaram contratos com a Eletronuclear pagaram propinas para favorecer dirigentes do MDB, partido liderado por Temer e cujos dirigentes controlaram durante muitos anos todas as estatais do setor elétrico.

A polícia estava a procura de Temer desde quarta-feira (20). Na manhã de hoje, um carro se aproximou da residência do ex-presidente e a voz de prisão foi decretada.

De acordo com o empresário, o pagamento de comissões ilegais para favorecer o MDB era de conhecimento tanto de Temer como de Moreira Franco, que foi secretário-geral da Presidência e secretário de Aviação Civil no governo de Temer, assim como secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência no governo Dilma.

O ex-presidente responde atualmente a dez processos, cinco dos quais estavam nas mãos do STF por conta do foro privilegiado, mas que já começaram a ser analisados por juízes de primeira instância.

As outras cinco investigações foram abertas em janeiro deste ano, quando Temer já não contava mais com foro privilegiado, por ordem do ministro do Supremo Luis Roberto Barroso.


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