Após descobrir um câncer, cantor Jerry Adriani morre aos 70 anos no Rio de Janeiro

  • Entre linhas
  • Publicado em 23 de abril de 2017 às 19:00
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:10
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Internado há alguns dias, recentemente, o artista havia sofrido trombose em uma das pernas

​Um dos maiores ídolos da Jovem Guarda, o cantor Jerry Adriani, saiu de cena na tarde deste domingo, 23 de abril. Ele morreu aos 70 anos de idade no Rio de Janeiro, após descobrir um câncer. O cantor estava internado no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste e não resistiu a complicações de saúde.

 Recentemente, Jerry Adrini havia sofrido uma trombose em uma das pernas.

Ícone da Jovem Guarda, Jair Alves de Souza nasceu em 29 do janeiro de 1947, no bairro do Brás, em São Paulo.

Adotou o nome artístico de Jerry Adriani quando começou sua carreira como cantor, em 1964. O primeiro disco foi “Italianíssimo”, quando cantava músicas em italiano, algo que seguiu fazendo em toda a carreira.

Em 1965, o cantor passou a gravar em português, com músicas reunidas no disco “Um grande amor”.

Também na década de 1960, Jerry virou apresentador do programa “Excelsior a Go Go”, da TV Excelsior. O programa coapresentado por Luiz Aguiar era um musical com apresentações de artistas como Os Vips, Os Incríveis e Cidinha Santos.

Além da TV, Jerry se aventurou pelo cinema. Ele cantou e atuou em “Essa gatinha a minha” (com Peri Ribeiro e Anik Malvil); “Jerry, A grande parada”; e “Jerry em busca do tesouro” (com Neyde Aparecida e os Pequenos Cantores da Guanabara).

Jerry Alves de Sousa foi o homem que descobriu Raul Seixas na Bahia, selando seu faro e sua determinação. Raul era Raulzito, que fazia bailes grã-finos de Salvador com seu grupo, Os Panteras, quando Jerry passou com seu show pela cidade. Ao saber de Raul (uma das versões diz que Raul não estava nesse dia com o grupo, que só viria a ser conhecido por Jerry depois), o cantor encafifou com a ideia de que aquele baiano deveria não só ir para o Rio de Janeiro como também se tornar produtor de seus discos. Saiu-se cheio de argumentos pra cima do poderoso Evandro Ribeiro, da gravadora CBS, e o convenceu: de 1969 a 1971, os discos de Jerry seriam produzidos por Raul, e com muitas músicas de sua autoria.

Jerry se foi no ano em que passaria todas as suas histórias a limpo. Ajudado pelo amigo, o pesquisador Marcelo Fróes, ele previa uma biografia de muitos causos e o lançamento de um disco cantando músicas de Raul. Estava feliz, dava entrevistas vibrantes e abria o coração para falar do passado. Sua obra precisa passar por uma reavaliação justa e necessária.


+ Um Toque a +