Aplicativos criam campanhas para combater abuso sexual no Carnaval

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 04:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:23
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Denúncias de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres costumam aumentar 20% nesta época

​Os principais aplicativos de transportes do país realizam ações no Carnaval para combater o abuso sexual que vão desde corridas de graça para delegacias da mulher até mensagens em pontos de ônibus e redes sociais para conscientizar foliões.

Uma delas é a 99, que, pela primeira vez, vai subsidiar corridas de até R$ 20 de folionas vítimas de abuso até delegacias da mulher do país. 

A ação se dará entre os dias 21 e 26, com limite de 3.000 corridas.

A empresa também apoia os Anjos do Carnaval, iniciativa da Prefeitura de São Paulo em parceria com o portal Catraca Livre e a produtora Rua Livre para prevenir casos de importunação nos blocos. 

Tem ainda um rastreador de comentários sobre motoristas que ajuda a detectar casos de abuso. 

A Uber lançou nesta semana uma campanha contra o abuso sexual e discriminação contra minorias, que se estenderá até o início de março. 

Consiste em divulgar em pontos de ônibus e redes sociais mensagens que reforcem que tais comportamentos não são tolerados pela plataforma. 

“Você é do bloco dos assediadores, racistas ou LGBTfóbicos? A Uber não é para você”, diz uma das frases. A empresa afirma que denúncias de incidentes podem ser feitas por meio do menu de ajuda do app, que analisa cada caso individualmente.

Já o Cabify afirma que enviará mensagens para as passageiras cadastradas para relembrar os recursos de segurança que oferece. Entre eles, o compartilhamento de rota em tempo real e a possibilidade de ligar direto para a polícia. 

A folia deste ano será a segunda com a lei de importunação sexual em vigor (foi sancionada em setembro de 2018). O crime é definido como a prática de ato libidinoso contra alguém, sem consenso, para satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. 

Isso inclui atos como “roubar” um beijo, tocar nos seios, na genitália ou nas pernas de alguém sem permissão e se masturbar ou ejacular em uma pessoa. A pena para quem praticar o crime é de 1 a 5 anos de reclusão. 

Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos divulgados no ano passado mostram que denúncias de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres costumam aumentar 20% na época do Carnaval. 

Eles usaram como base registros do Disque 100 e Ligue 180. 

Fonte: Folhapress


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