Amadurecendo e mudando

  • Aromas em Palavras
  • Publicado em 11 de outubro de 2017 às 21:01
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:11
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​De vez em quando a própria vida nos coloca para pensar sobre suas mudanças, e as escolhas que tomamos durante nossa existência. Desde pequenos estamos em mutação: trocamos a mamadeira pelo copo, a fralda pelo vaso sanitário, a colher pelo garfo, o tipo dos brinquedos, o engatinhar pelo andar, o estilo das roupas, as expressões, o modo de pensar, a escola pela faculdade, a faculdade pelo primeiro emprego, a vida de balada pelo prazer de uma noite em casa, o fast food por aprender a cozinhar, e por aí a lista só aumenta.

Mas um dos nossos gostos que mais amadurecem e mudam bastante é o nosso gosto pelos perfumes. As fragrâncias nos são apresentadas desde cedo, começando pelo cheiro da nossa mãe e das pessoas que nos cercam. O primeiro banho, com sabonete de glicerina, que por mais que os fabricantes dizem ser sem fragrância ele possui um cheirinho todo específico e especial. As roupinhas lavadas no sabão de coco, e cuidadosamente secadas e guardadas. 

Até que um dia, talvez até não muito tarde, nós somos apresentados ao nosso primeiro perfume, as famosas colônias de bebê que várias marcas nacionais e internacionais fabricam. Aquele cheirinho de talco, de carinho, de vontade de ficar grudado amassando o dia todo. Esse cheiro que comprovadamente provoca sensações deliciosas nos adultos, e também deixam os nenês cheirosos e felizes.

Passada mais um tempo, esse cheiro começa a se tornar algo que não nos agrada, uma coisa ‘com cara de criança’ e resolvemos que queremos ter uma ‘assinatura’ nossa, e lá vamos nós nas drogarias e perfumarias com nossos pais eleger o escolhido entre tantos cheiros pré-adolescentes. O meu primeiro foi um que vinha num frasco PET bem grande amarelo e tinha um rótulo cheio de flores e bichos, foi comprado em uma perfumaria no centro da cidade. Era uma fragrância fresquinha com cara de ‘acabei de tomar um banho’.

Mais alguns anos se passaram, e entramos em uma loja da perfumaria O Boticário, lá conheci o famoso cheirinho para meninas: Ma Chérie. Ele é um cítrico aromático com notas de Lavanda, Limão, Almíscar e Cedro. Tinha um lindo frasco rosa que parecia uma lâmpada e uma tampa roxa. Ele foi lançado em 1995 e com certeza uma das fragrâncias mais vendidas da marca. 

Era muito bom quando chegava o nosso aniversário e além das tantas deliciosas caixas de bombons (sim, as tradicionais caixas de bombom Nestlé e Garoto eram ótimos presentes de aniversário, e não essa disputa de qual presente é o mais caro de hoje em dia)  que ganhávamos dos nossos amigos nossos tios e padrinhos nos presenteavam com perfumes, era como nos sentir cada vez mais crescidos, afinal perfume era coisa de adulto. 

Anos se passaram e os cítricos foram se transformando em florais, e assim conheci o Floratta in Blue, perfume do O Boticário ‘de cabeceira’ até hoje em minha vida. E dele conheci as fragrâncias internacionais e tenho 3 preferidos, mas sempre me arrisco a conhecer novos cheiros e ir amadurecendo os gostos e as preferências. Afinal, com tantas fragrâncias no mundo, porque não mudar né?

*Esta coluna é semanal e atualizada às quintas-feiras.​


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