Airton Sandoval integra comissão que analisa acordo com caminhoneiros

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de junho de 2018 às 11:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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As três medidas provisórias assinadas pelo Planalto na semana passada serão analisadas pelo Senado

As três comissões mistas responsáveis pela discussão das medidas provisórias (MPs) enviadas pelo governo ao Congresso Nacional após o acordo firmado com os caminhoneiros foram instaladas ontem. Após acordo de líderes e indicações de cada partido, os parlamentares foram escolhidos para integrar os colegiados e, logo depois, elegeram os presidentes.

A MP que promete causar mais divergências durante os debates é a 832, que determina a divulgação de uma tabela mínima para cobrança do preço do frete pelos caminhoneiros. Como o presidente da comissão mista ainda não foi indicado pelo Senado, o vice-presidente, deputado Darcísio Perondi (MDB-RS), assumiu o início dos trabalhos e anunciou que o deputado Osmar Terra (MDB-RS) será relator da matéria.

Já a MP 833, que amplia a obrigatoriedade de pedágio gratuito para os eixos suspensos de caminhões e carretas, também teve os 13 deputados e 13 senadores escolhidos. O presidente eleito, deputado Sandro Alex (PSD-PR), designou para a relatoria o senador José Agripino Maia (DEM-RN). O vice-presidente da comissão mista será o senador Airton Sandoval (MDB-SP).

O presidente da comissão que avaliará a medida provisória 831, que obriga a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a contratar o transporte de até 30% de sua produção por meio de caminhoneiros autônomos, será o deputado Aelton Freitas (PR-MG). Presente na comissão mista, o vice-presidente recém-eleito, senador Benedito de Lira (PP-AL) designou como relator da proposta o senador Fernando Coelho (MDB-PE), que é vice-líder do governo no Senado.

As MPs 831, 832 e 833 foram assinadas pelo presidente Michel Temer no último dia 27, na tentativa de atender a algumas demandas dos caminhoneiros, que há duas semanas iniciaram uma paralisação em diversas estradas brasileiras.


Retirada de anistia

O relator do projeto de lei que regulamenta o transporte de cargas, deputado Nelson Marquezelli (PTB- SP), aceitou retirar do texto o artigo que anistia os caminhoneiros das multas aplicadas durante a paralisação. Depois de se reunir com líderes partidários e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Marquezelli disse que ficou acertado que a questão das multas poderá ser incluída na medida provisória que trata do preço mínimo de fretes.

“Acabamos de acertar no Colégio de Líderes três modificações: a primeira, a retirada do Artigo 89, onde dava uma certa anistia para transportadoras durante a greve. Isso vai ser substituído por uma medida provisória mais explicativa atendendo a caminhoneiros, empresas e segmentos de cargas. O presidente da Casa acha que não é o momento agora, vamos deixar criar o problema dentro de 60, 90 dias para fazer uma medida provisória mais abrangente”, disse o relator.

O deputado acrescentou que a questão da anistia das multas ou da conversão das penalidades financeiras em advertências não vai aparecer na medida provisória com o mesmo texto. Motoristas autônomos e transportadoras deverão ser “anistiados” de maneira diferente.

O relator adiantou que, caso não seja possível apresentar a emenda da anistia na MP dos fretes, cogitou-se a possibilidade de tentar um acordo com o governo para editar uma medida exclusiva sobre o tema. Para tratar do assunto, haverá uma reunião na terça-feira (12) com a AGU. (Agência Brasil)


Perda de carteira de motorista 

Outro ponto alterado no projeto foi o artigo que trata do aumento do limite de pontos, de 20 para 40, para perda da carteira de motorista para caminhoneiros e outros profissionais que trabalham com transporte, como motoristas de van, táxis, entre outros. Segundo o relator, a mudança só valerá para os condutores que não tiverem infrações graves ou gravíssimas.

Mais cedo, Maia já havia sinalizado que não pautaria o projeto caso continuasse com o artigo que tratava da anistia. O presidente definiu com os líderes que hoje serão pautados os projetos que tratam da duplicata eletrônica e do distrato de imóvel. Os deputados tentarão ainda terminar a votação dos destaques do projeto do Cadastro Positivo. O projeto do transporte de cargas é o quarto item da pauta do plenário.

Alguns representantes de caminhoneiros estiveram ontem na Câmara e pediram ao presidente da Casa que tente votar o projeto ainda hoje. Maia disse que, se não der tempo, vai colocar em pauta na sessão de terça-feira. 


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