Agrishow tem novidades tecnológicas que facilitam a rotina doméstica

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de maio de 2018 às 13:25
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
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Robô que corta a grama sozinho e horta cultivada com led são algumas novidades apresentadas na feira

O equipamento parece um carrinho de controle remoto. A diferença é que
ele opera sozinho. A interferência humana é apenas para instalar o sistema,
fazer a manutenção, definir a área em que ele atuar a qual a hora de parar. O
resto é com ele.

Segundo a empresa fabricante, o Automower é um robô para facilitar o dia
a dia de trabalhos domésticos. É um cortador de grama que trabalha 24 horas por
dia, sete dias na semana. “A grama fica cortada para sempre”, afirma Bruno
Lisbão, engenheiro de produto da Husqvarna. Eles só param ao comando do dono,
que pode ser com um clique num aplicativo para celular.

Exposto na Agrishow, em Ribeirão Preto, o aparelho funciona a bateria.
Mas até o carregamento é “autônomo”. Quando o robô “sente” que a carga está
acabando, ele encosta na base e só sai quando o nível volta ao máximo.

Disponível
em três tamanhos, a um custo que varia entre R$ 5 mil e R$ 9 mil, o
carrinho-robô foi desenvolvido pela empresa sueca Husqvarna. A tecnologia, que
existe desde 1995, acaba de chegar ao Brasil e será lançada no segundo
semestre, mas já está sendo demonstrada na Agrishow, entre outras que facilitam
o dia a dia de pessoas que não estão ligadas, necessariamente, ao campo. Uma
mostra que a feira não é feita apenas de grandes máquinas.

Com
vida útil de aproximadamente oito anos, o robô tem uma lâmina giratória na
base, que corta a grama ao menor sinal de crescimento. Basta definir a área de
operação e cercá-la com um tipo de fio desenvolvido especialmente para o
equipamento. O fio, que fica escondido na grama, define os limites do trabalho.

O robô não passa dos pontos
estabelecidos. Caso haja obstáculos no caminho, basta contorná-los para que ele
desvie. E, caso sejam encontrados empecilhos menores, com pedras, a lâmina
recolhe para evitar danos. O cortador inteligente está preparado para operar em
áreas de 600 metros quadrados até 3,2 mil, dependendo do tamanho.

O agrônomo José Eduardo Vetorazzo, que mora num
condomínio em São José do Rio Preto (SP), ficou curioso e parou no estande para
observar as demonstrações. “Lá onde moro tem muita área de grama e parece uma
alternativa interessante”. Ficou de aguardar o lançamento oficial para avaliar
a possibilidade de compra. 

Mini-horta sem terra cultivada dentro de casa

A possibilidade de ter, ao alcance das mãos, um equipamento
de alta tecnologia para trabalhos no quintal da residência ou até dentro dela
seduz visitantes da Agrishow. Quem passa pelo estande da Secretaria da
Agricultura do Estado de São Paulo conhece um sistema simples que, em breve,
poderá ser colocado na mesa da cozinha, na pia ou ao lado do fogão para
produzir ervas aromáticas ou plantas medicinais. Uma mini-horta que não precisa
de terra.

As hortaliças são plantadas em tubetes e ficam com as raízes suspensas
no ar dentro de uma caixa plástica. Um sistema de nebulização joga, de baixo
para cima, uma névoa de água com uma solução nutritiva. Um sistema de
iluminação de led, na parte superior, faz o papel da luz solar. São
microlâmpadas de três cores – azuis, vermelhas e brancas.

Segundo Thiago Factor, pesquisador do Instituto Agronômico do Estado de
São Paulo (IAC), essa mistura de cores não está ali à toa. A pesquisa que
resultou no desenvolvimento do sistema testou a melhor combinação possível
entre elas.

A proposta de um equipamento baseado na aeroponia, um dos conceitos que
sustentam a hidroponia no Brasil, surgiu a partir de uma pesquisa de doutorado
de Alex Humberto Calori, que envolve o IAC, a Agência Paulista de Tecnologia de
Agronegócios (APTA) e a startup Agropônica.

O sistema, que recebeu um
financiamento de R$ 160 mil do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas
(PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), está
em fase de patente e deverá estar disponível no mercado em pouco mais de um
ano.

Ainda
segundo Factor, o modelo definitivo será ainda menor que o exposto na Agrishow
e com um design que irá permitir usá-lo até como objeto de decoração. 

Batata-semente

O conceito da horta aérea caseira tem, de acordo com o
pesquisador, ainda outra funcionalidade: contribuir para a produção de
batatas-semente no Brasil, os minitubérculos que dão origem à batata. Neste
caso, não mais dentro de casa, mas em áreas externas, por causa da necessidade
de espaço.

Hoje, o
Brasil importa boa parte dessa matéria-prima. No ano passado, foram nove mil
toneladas, de países como Chile, Holanda e Alemanha.

A ideia,
que já vem sendo usada por quatro empresas do país em escala comercial,
promete, até mesmo, aumentar o rendimento. Factor explica que, pelo sistema
convencional, é possível extrair de sete a dez batatinhas de cada planta. Já
com a aeroponia, o número pode chegar a 50. “Como a venda é feita por unidade,
isso pode aumentar muito a rentabilidade do agricultor”.


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