Agrishow bate recorde com maior edição e movimenta R$ 2,7 bilhões

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de maio de 2018 às 22:49
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:43
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Número representa quase 23% de aumento em comparação com a edição do evento de 2017

O movimento em negócios da
Agrishow 2018 atingiu a marca de R$ 2,7 bilhões, aumento de 22,7% em relação à
edição do ano passado, que faturou R$ 2,2 bilhões. Os números foram divulgados
pela organização, em entrevista coletiva na tarde da última sexta-feira, 04 de
maio, em Ribeirão Preto. A expectativa inicial era de um aumento de 8%.

As máquinas para grãos, frutas e café tiveram
crescimento de 25%; equipamentos de armazenagem, 15%; irrigação, 14%; e
máquinas para pecuária, 8%. O público total não foi divulgado, mas, de acordo
com José Danghesi, diretor da feira, deverá ser similar ao do ano passado – 150
mil pessoas. Visitantes de 70 países passaram pelo parque.

As rodadas internacionais de negócios também foram
maiores. Mais de 6,8 milhões de dólares foram fechados durante 527 reuniões,
que contaram com a participação de 16 compradores de oito países. Outros 17
milhões de dólares deverão ser concretizados até o final do ano, o que totaliza
US$ 23,8 milhões. No ano passado, a soma chegou a US$ 17 milhões, com 12
compradores.

O número de empresas brasileiras participantes das
rodadas também aumentou: de 38 em 2017 para 60 este ano.

A organização atribuiu o
recorde à confiança do agricultor, à colheita da segunda maior safra de grãos
da história do país, à disposição dos bancos em liberar financiamento e à
demanda por investimentos, que estava represada. “A Agrishow mostra a força do
agronegócio brasileiro, capaz de superar adversidades”, afirmou o presidente da
feira, Francisco Matturro. “Ela mostra que a agricultura tem puxado outros
setores da economia brasileira, como a indústria de máquinas”, completou João
Marchesan, presidente da Associação Brasileira de Máquinas (Abimaq), uma das
organizadoras.

Para 2019, estão previstas
algumas mudanças na infraestrutura. A principal será uma maior integração com a
área de demonstrações de máquinas. “Não vamos mais utilizar, para a passagem de
carros e ônibus, a avenida que passa por trás dos test drives de veículos. Com
isso, haverá melhor acesso às demonstrações de campo por todos os corredores da
feira e maior proximidade entre a área industrial e agrícola”, explica
Danghesi.

Com isso, a área de exposições, que atualmente é de 440
mil metros quadrados, passaria para 580 mil. “Queremos transformar a Agrishow
na maior feira agrícola do mundo”, diz. 

Comemoração

Entre as empresas participantes da feira, o clima é de
comemoração. Uma delas, a Toledo do Brasil, que fabrica balanças para vários
setores, inclusive o agro, está na Agrishow há 15 anos e garante ter vendido
35% mais que em 2017. O estande recebeu 25% mais visitantes. No caso da
empresa, o desempenho perde apenas para a edição de 2013, mas mostra, segundo
seu presidente, Paulo Haegler, que o agronegócio tem sido uma aposta segura. “Percebemos
uma contínua necessidade do produtor de buscar redução de custos. E, para isso,
ele está atento às tecnologias que permitem isso a ele”. Pelo menos metade dos
negócios da Toledo, que existe desde 1956, está ligada ao setor de alimentos.

Segundo Luiz Carlos Borges,
representante comercial de 33 grandes empresas de máquinas e implementos que
expõem na Agrishow, os agricultores que visitaram a feira neste ano estavam
dispostos a comprar. “Em outros anos, víamos um número grande de turistas,
gente que vinha apenas para olhar. Esse ano, tivemos menos turistas e mais
gente à procura de tecnologia. Foi uma feira boa muito boa para os negócios”.

A Valtra, uma das maiores
fabricantes de máquinas presentes na feira, destaca um movimento anormal de
público para justificar os bons resultados. A empresa não divulgou números,
que, segundo o diretor de vendas, Rodrigo Junqueira, ainda estão sendo
levantados, mas ele acredita que o movimento do primeiro dia foi um dos
responsáveis pelo desempenho. “Tivemos
uma segunda-feira excepcional, como nunca se viu nos últimos anos da Agrishow.
Além disso, os bancos foram mais ágeis”. Ele diz que, em anos anteriores, as máquinas
eram comercializadas, mas era preciso esperar alguns dias após o evento para
assinar o contrato com o agricultor. “Esse ano, devido ao trabalho que os
bancos fizeram, alguns contratos foram assinados na própria feira”.


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