Aditivos alimentares: saiba quais são os tipos e riscos do consumo excessivo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de maio de 2020 às 13:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:46
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Alimentos naturais são, com toda certeza, mais saudáveis que os processados por conta dos aditivos

A todo momento você escuta e lê que deve consumir alimentos naturais em vez dos processados. 

Essa orientação ocorre, em partes, devido aos aspectos nutricionais dos produtos industrializados, que muitas vezes são ricos em sódio, açúcares e gorduras, além de conter aditivos que conferem sabor e conservam o alimento, mas ingeridos excessivamente podem impactar nossa saúde. 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) considera como aditivo alimentar “todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento”. 

Estas substâncias podem ser de origem natural ou sintética, normalmente sem valor nutricional considerável, ou seja, não contribuem com a oferta de calorias ou nutrientes.

Apesar de o uso de aditivos alimentares ser liberado, é importante que você seja mais consciente sobre eles, conhecendo seus tipos, suas doses máximas e também os seus efeitos no organismo, uma vez que as pesquisas ainda são inclusivas com relação ao seu consumo a longo prazo. 

Outros fatores como a rotina da vida moderna e maior praticidade, rapidez, durabilidade e boa aceitação impulsionaram o consumo dos alimentos industrializados, que passaram a estar presentes com frequência no cardápio da família, inclusive de crianças.

A principal discussão é: qual é a segurança no consumo destes produtos? 

Na literatura ainda temos controvérsias entre a necessidade e a segurança de seu uso principalmente quanto aos riscos toxicológicos potenciais decorrentes da ingestão cotidiana.

Tipos de aditivos

– Acidulante: Adicionado para aumentar a acidez do alimento (inclusive do sabor). Exemplos: Ácido acético, ácido cítrico, ácido tartárico e ácido lático. 

– Antioxidante: Evita processos de oxidação dos alimentos, preservando características e mantendo a sua vida útil. Entre os sintéticos temos o ácido ascórbico e o ácido eritórbico. 

– Antiumectante: Apresenta grande afinidade com a água, conseguindo, portanto, reter a umidade livre do alimento, o que aumentará a sua vida útil. Ex: dióxido de silício, carbonato de cálcio e alumínio silicato de sódio. 

– Umectante: Substância que evita que o alimento perca umidade. São eles que capturam a umidade do ambiente e impedem que o produto fique ressecado. Ex: glicerol, sorbitol, lactato de sódio.

– Conservantes: Desempenham a função per si, ou seja, aumentam a vida de prateleira do produto. O uso de nitritos e nitratos com estas finalidades são contraindicados e cada vez menos adotado. 

– Corantes: Como o próprio nome diz, promovem cor ao alimento e podem ser sintéticos ou naturais. Falaremos mais adiante. 

– Edulcorantes: Naturais ou sintéticos, são utilizados para conferir sabor doce ao alimento, em substituição ao açúcar. Podem ser naturais ou artificiais, calóricos ou não calóricos e temos: aspartame, ciclamato de sódio, sacarina, estévia, sucralose.

– Espessantes: Utilizados com a finalidade de modificação da consistência do alimento, promovendo maior viscosidade. São carboidratos naturais como goma xantana e ágar-ágar. 

– Flavorizantes: Adicionam aroma e intensificam o sabor. Alguns exemplos de flavorizantes são o acetato de etila, que confere o aroma e sabor de maçã, o butanoato de butila, que confere o aroma e sabor de morango e o etanoato de isopentila, aroma e sabor de pera.

– Estabilizantes: Promovem estabilidade estrutural ao alimento, garantindo maior integridade. Frequentemente são gorduras, produzidas a partir de óleos vegetais, como a lecitina de soja. 

Os estabilizantes mais utilizados são os alginatos, a caseína, a goma guar e a goma xantana.

Efeitos no organismo

Temos mais estudos clínicos com os edulcorantes e os corantes, sendo esses últimos um grupo presente há muito tempo em nossa alimentação. 

Existem evidências de seu uso em alimentos na China, Índia e Egito cerca de 1500 a.C.

Na atualidade, alguns destes corantes estão sendo substituídos por pigmentos naturais, que são mais seguros, principalmente para crianças, gestantes e nutrizes, grupos considerados de maior vulnerabilidade e risco.

Dentre os corantes artificiais encontramos: azoamarelo tartrazina (amarelo nº 5), amarelo crepúsculo (amarelo nº 6), Bordeaux S (amaranto ou vermelho nº 2) e Ponceau 4R (vermelho nº 4), a eritrosina (vermelho nº 3) e o indigocarmim (azul nº 2). 

Já entre os naturais destacam-se o urucum, bastante utilizado no Brasil. Fique atento à presença destes aditivos quando for comprar alimentos para os seus filhos, para gestantes, nutrizes e idosos, pois quanto menor for a sua ingestão, mais seguros de possíveis efeitos prejudiciais e acumulativos estarão esses grupos.

Com relação ao uso de antioxidantes, algumas pesquisas demonstram que o consumo destes parece estar relacionado ao aumento de cálculos renais, ação tóxica sobre o fígado, reações alérgicas, descalcificação óssea e redução da absorção do ferro, porém não sabemos ao certo quem são os vulneráveis e as quantidades consumidas. 

Outras substâncias que merecem destaque e atenção são os edulcorantes utilizados nos adoçantes. 

Destaca-se nesse grupo o aspartame e os produtos produzidos a partir de sua metabolização em nosso organismo (fenilalanina, ácido aspártico e metanol), já que muitas pessoas relatam a ocorrência de dor de cabeça com o seu consumo. 

Pesquisas estão em andamento para confirmar ou não a associação desta substância com a ocorrência de depressão, reações alérgicas, desenvolvimento de tumores, Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla.


+ Nutrição