Acusados de matar mãe e bebês gêmeos condenados a 81 anos de prisão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de outubro de 2018 às 08:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:04
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Pedrão foi apontado pelo MP como autor dos disparos que mataram Izabella e bebês

​O empresário Matuzalém Ferreira Junior e o ex-funcionário dele, Antônio Moreira Pires, o Pedrão, foram condenados a 81 anos e quatro meses de prisão cada um pela morte da jovem Izabella Gianvechio, de 22 anos, e dos dois filhos gêmeos dela, com dois meses de idade.

A condenação foi confirmada no início da madrugada de ontem, após mais de 13 horas de julgamento, realizado no Fórum de Igarapava (SP).
O advogado de Matuzalém, Antônio Carlos de Oliveira, disse que vai recorrer da sentença.

Os dois réus devem permanecer presos na Penitenciária de Tremembé (SP), foram condenados por homicídio doloso qualificado, crime agravado por motivo torpe, envolvimento de recompensa e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Pedrão foi apontado pelo Ministério Público como autor dos disparos que mataram Izabella e os bebês, Ana Flávia e Lucas. Matuzalém é acusado de ser o mandante dos crimes e ter contribuído nas execuções. 

Izabella Gianvechio, de 22 anos, foi encontrada morta em Aramina (SP) em fevereiro de 2015 — Foto: Reprodução/EPTV

A Promotoria sustentou que os assassinatos foram motivados pelo fato de Matuzalém não aceitar a suposta paternidade dos gêmeos, que não se confirmou após a morte das vítimas. O corpo de Izabella foi achado em Aramina (SP), e dos bebês em Buritizal (SP).

Júri popular

Presidido pelo juiz Joaquim Augusto Simões, o julgamento estava marcado para começar às 9h desta terça-feira (09), mas começou com uma hora de atraso.

Durante a manhã foram ouvidas três testemunhas de acusação e quatro de defesa. Houve um rápido intervalo e o julgamento foi retomado logo na sequência. No início da tarde, o réu Matuzalém foi ouvido.

Por volta das 13h50, o juiz determinou uma hora de intervalo. O outro réu, Pedrão, foi ouvido na retomada do julgamento, até a noite de terça-feira.
Depois do interrogatório e das argumentações, foi a vez da promotoria e dos advogados de defesa exporem suas alegações. Ao final, o júri formado por quatro mulheres e três homens considerou os réus culpados.

O crime – Izabella foi encontrada morta com um tiro na cabeça em 12 de fevereiro de 2015, às margens da Rodovia José Schiavotelo (SP-426), em Aramina, após desaparecer de Uberaba (MG), onde morava com os filhos gêmeos.

Ela chegou a ser enterrada sem que fosse reconhecida, mas uma equipe de investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, ao saber da localização do corpo, solicitou fotos da vítima e confirmou que se tratava da jovem desaparecida.

Os bebês, Ana Flávia e Lucas, que tinham dois meses, foram encontrados mortos a tiros em 17 de fevereiro, em uma estrada de terra em Buritizal, depois que Matuzalém Ferreira Junior – até então apontado como pai das crianças – se entregou à Polícia Civil.

O empresário negou o homicídio e atribuiu o crime a Pedrão, preso em 19 de fevereiro, escondido em uma fazenda na região de Sacramento (MG), durante uma operação comandada pela Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar.


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