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Entidade calçadista faz 6 pedidos para o governo federal como forma de atravessar esse período difícil
Preocupada com a situação da saúde pública e os efeitos econômicos do avanço do novo coronavírus no Brasil, a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) vem mobilizando calçadistas no sentido de minimizar os danos da pandemia na atividade.
Em reunião de emergência realizada em Novo Hamburgo/RS, os calçadistas definiram orientações para fabricantes, para a precaução quanto à saúde dos colaboradores, como higienização dos ambientes de trabalho, transportes, redução de viagens e visitas, entre outras questões.
Na oportunidade foram elencados os pleitos que estão sendo levados ao Governo Federal, no sentido de minimizar os impactos sobre a produção do setor calçadista nacional, que emprega diretamente mais de 270 mil pessoas em todo o País.
“Preservando a atividade, conseguimos também preservar o emprego dessas milhares de pessoas, que dependem do setor”, destacou o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
Pleitos
Entre os pleitos enviados aos poderes públicos, trabalhados em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão:
1) – a postergação do pagamento dos tributos federais, cabendo às Federações das Indústrias realizar o pleito nos seus Estados de atuação;
2) – a postergação dos vencimentos de empréstimos/financiamentos junto aos bancos públicos;
3) – a criação de uma linha de crédito para capital de giro das empresas;
4) – a alteração do Reintegra para o seu teto de 5%;
5) – a ampliação da desoneração da folha de pagamentos;
6) – e medidas para facilitar as negociações de férias coletivas com vistas à preservação dos postos.
A crise provocada pela pandemia certamente irá atrasar, ainda mais, reformas importantes para o setor e que estavam bem encaminhados, caso da Reforma Tributária.
“Esta não ocorrendo, portanto, é fundamental a ampliação do prazo de fruição da desoneração da folha de pagamentos, bem como a ampliação da alíquota do Reintegra, hoje em apenas 0,1%”, frisou Haroldo Ferreira.
Orientações
No último dia 13, a Abicalçados enviou materiais de orientação para associados da entidade, empresas que respondem por mais de 70% da produção nacional.
Entre as recomendações, está a higienização dos ambientes, evitar viagens, visitas e encontros, disponibilização de infraestrutura com álcool gel para os colaboradores, entre outras medidas de prevenção.
“A maior parte das empresas associadas já está adotando as iniciativas, mas existe a necessidade de conscientização também dos colaboradores. É um momento importante, de união e cuidado”, pontuou Ferreira.
Impacto
A Abicalçados também está realizando uma pesquisa de monitoramento diário junto aos associados, com o objetivo de medir o impacto do novo coronavírus na produção do setor.
Já existem relatos de cancelamento de pedidos e solicitações de postergações de entrega e vencimentos.
“Precisamos desse levantamento para, em conjunto com outras entidades representantes da cadeia, adotar medidas de minimização do impacto na atividade. Todos nós estamos sofrendo, desde o fornecedor de insumo até o varejo”, concluiu o dirigente da Abicalçados.
Com uma previsão inicial de crescimento de 2,2% na produção de calçados, a Abicalçados está refazendo os cálculos para o ano, que serão divulgados nos próximos dias.