A uva Tannat e o Uruguai…

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 1 de julho de 2016 às 17:27
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 13:54
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Como aconteceu com a uva Malbec na Argentina, a uva Tannat, também conhecida por alguns como Harriage, se adaptou muito bem ao terroir do Uruguai. A ponto deste país produzir mais quantidade desta uva que a própria França, de onde se origina.

A produção de vinhos tintos no Uruguai abrange 72% da área cultivada, e a produção do Tannat já representa 1/3 de todo vinho do país. O restante fica dividido na produção das uvas Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, Semillon entre outras.

O Uruguai é um país pequeno em extensão, mas muito bem localizado, está entre os paralelos 30 e 35 sul, latitude segundo vários estudos, ótima para produção de uvas e vinhos, como acontece em vinhedos da Argentina, Chile, África do Sul e Nova Zelândia.

Como a composição do solo muda muito mesmo em extensão reduzida, podemos encontrar variações também nos tipos de vinhos produzidos com a uva Tannat que vai desde roses mais leves até grandes vinhos tintos de guarda.

O tanino pode ser percebido nesta uva desde o nome, passado pelo primeiro, segundo e terceiro gole até o final da garrafa. Isto porque o bago desta uva costuma ter 5 sementes, enquanto as outras variedades têm entre 2 e 3 sementes. O que aliado à espessura da casca, faz desta uva a mais tânica conhecida.

Tanto tanino assim resulta em um vinho que harmoniza-se muito bem com churrasco, podendo escolher entre os cortes argentinos, uruguaios ou brasileiros e ainda faz bem à saúde, segundos estudos, devido à quantidade de antioxidantes contidos nesta uva.

Mas esta indicação, sobre fazer bem à saúde, depôs um pouco contra o vinho elaborado com Tannat. As reportagens fizeram o seu papel, avisando dos benefícios, mas esqueceram que a cultura do vinho no Brasil ainda é recente com exceção do sul do país. O que levou as pessoas a comprarem Vinhos Tannat e tomarem como remédio, sem mesmo um prato como acompanhamento. Como os Tannat de boa qualidade que temos por aqui são na maior parte das vezes potentes e encorpados, a primeira impressão para uma pessoa que não gosta de vinho ou não gosta de vinho seco pode ser “assustadora”.  Ainda mais tomando por obrigação, como remédio.

Sim, este vinho ajuda a saúde, mas não pode ser uma obrigação chata, que vai fazer a pessoa tomar raiva deste gosto e geralmente entender erroneamente que não gosta de vinho…

Todo vinho deve ser apreciado na temperatura correta… Com harmonização de um bom prato… Aí sim fará bem para o corpo e para o espírito.

E se me permitirem um conselho: não se bebe tristeza… Bebe-se alegria, para comemorar.

Então vamos comemorar… Um bom Tannat para este final de semana…   


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