​A síndrome de Adão e o ensinamento do apóstolo Paulo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de abril de 2017 às 10:10
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:10
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Há quanto tempo você não reconhece o próprio erro ou vive culpando os outros? Seja no trabalho, na escola, no trânsito, na igreja ou num relacionamento com amigos ou com o parceiro (a). Não, não responda agora! Você pode estar se precipitando.

É certo que cometemos erros… mas reconhecê-los são outros quinhentos! Vejamos uma breve história bíblica para ilustrarmos essa dificuldade de reconhecer o erro e, num outro momento, a grandeza e os benefícios da auto-avaliação.

Adão, aquele criado por Deus, quando caiu em pecado — ele comeu o único fruto que Deus proibira, oferecido por Eva, sua companheira. — se escondeu com medo do que poderia lhe acontecer. Então Deus foi ter com ele no paraíso e lhe disse:

– …Comeste do fruto de que te ordenei que não comesses?

Adão respondeu:

– A mulher que me destes por companheira deu-me e comi.

“A mulher que me destes”! Com estas palavras Adão queria eximir-se da culpa do fato ocorrido. Mas pensemos: Adão não tinha razão? A serpente enganara Eva primeiramente, e esta por sua vez foi quem ofereceu o fruto a Adão. Mas ficam aqui perguntas a serem analisadas: Adão não poderia ter rejeitado? Um erro justifica o outro?

O erro é sempre do outro

Eis aí a síndrome de Adão. O erro é sempre do outro. Estamos cheios da razão! E neste caso, Adão quis culpar até Deus, “a mulher que Tu me destes” e, claro, a própria Eva.

Um psicólogo disse-se uma vez que o ato de culpar o mundo, as pessoas, o destino e até a Deus por situações difíceis que vivemos, “tem no âmago a insegurança que sentimos em relação às nossas próprias certezas” . Esta insegurança, quase sempre inconsciente, baseia-se no sentimento infantil de onipotência e de perfeição, desenvolvido como instrumento de sustentação de um pseudo equilíbrio.

Culpar os outros e não reconhecer os próprios erros é uma espécie de auto-defesa. Temos medo da avaliação e rejeição das outras pessoas em relação às nossas falhas. E isso tudo acontece de uma maneira natural.

A importância da autoanálise

Bom, sigamos um pouco mais à frente e vamos conhecer a lição que o apóstolo Paulo nos deixou através da carta enviada à Igreja de Coríntios. Com referência à Santa Ceia do Senhor, Paulo escreve.

“Examine-se o homem a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice…”

Estas palavras não necessitam de explicação. Está clara a intenção do escritor. Para participar desta grande festa de celebração que reúne toda comunidade cristã em lembrança ao sacrifício vicário do Senhor Jesus é necessário que cada um analise a si mesmo.

Não é possível comungar do corpo e do sangue de Cristo apontando e culpando os outros, ou seja, achar que só os outros erram e que eles não podem participar da festa ou de qualquer benção de Deus.

E você… quantas vezes já feriu alguém?

O problema é que agimos como Adão e achamos que nunca erramos, que a culpa é sempre do outro. Ninguém quer expor suas limitações e ficar por baixo na relação: Eis outro problema — orgulho ferido.

Como ainda me confessa o psicólogo: “são poucas as pessoas que conseguem enfrentar a realidade de que somos arquitetos do nosso destino e que tudo o que nos acontece é fruto de nossas próprias ações. O amadurecimento individual passa pela consciência de que colhemos o que plantamos e somos os únicos responsáveis pelas nossas alegrias e tristezas”.

Oxalá que ajamos de acordo com as recomendações do grande apóstolo, “Examinar a nós mesmos e assim…”, pois desta maneira, deixaremos de nos comportar como vitimas de uma grande conspiração. E, as coisas chegarão no seu devido lugar. A igreja cresce, o trabalho rende, os amigos se aproximam e o amor toma conta do relacionamento.

O perdão e o reconhecimento são passos para uma vida melhor e mais feliz. Pode crer!


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