“A MÚSICA E OS MÚSICOS”

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 12 de agosto de 2019 às 14:48
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 23:44
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Em seu sétimo álbum de estúdio, “The Man-Machine”, o grupo alemão Kraftwerk provou que o poder da música eletrônica não estava em truques elaborados, mas na simplicidade zen do domínio científico.

O criativo projeto artístico da banda deu uma guinada conceitual nesse álbum, lançado em maio de 1978, cuja capa simbólica fazia referência ao modernista russo El Lissitzky e as músicas falavam de um mundo cada vez mais autômato de alienação urbana, de engenharia da era espacial e de fama sem glamour.

Tal visão futurista da fusão da humanidade com a tecnologia está presente tanto na faixa-título como em “The Robots”, outra piada em cima da imagem andróide da banda. Para o lançamento do disco, o quarteto de Düsseldorf encomendou robôs iguaizinhos a seus integrantes, que passaram a ser acessórios permanentes dos shows. O uso de vozes sintéticas se tornaria uma característica do som sempre em evolução do Kraftwerk. O mesmo álbum apresenta um lado dolorosamente romântico e melancólico na faixa “Neon Lights” e a veia satírica dos compositores em “The Model”, referendo-se à indústria da beleza.

O retrato profético da cultura da celebridade tornou-se um cartão de visitas do Kraftwerk, vindo a inspirar futuras gerações de artistas do techno-pop dos anos 80, como Human League, New Order, Pet Shop Boys e Depech Mode.

The Man-Machine revela contida uma grande capacidade de síntese, através das variações de temas percussivos repetitivos e uma interação quase clássica entre as partes de sintetizador.

Confira, a seguir, Kraftwerk em “The Robots”.

Fontes : “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer” – Ed. Sextante

Revista da Música

Arquivo Pessoal de Dados

Foto: Divulgação


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