A história por detrás da estrela

  • Aromas em Palavras
  • Publicado em 24 de maio de 2017 às 22:46
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:11
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Quando criança, o estilista francês Thierry Mugler era apaixonado por dança. Aos 14 anos já fazia parte do corpo de balé da Opéra National Du Rhin, na França e ao mesmo tempo em que trabalhava sua disciplina e expressão física, Thierry tinha aulas de design de interiores na Escola de Artes Decorativas de Estrasburgo, sua cidade natal.

A mistura entre os ensinamentos do ballet e do design é a grande responsável pelo sucesso de Thierry como estilista, foi dançando e estudando que Thierry se apaixonou por projetos incomuns, característica presente em suas criações tanto na moda quanto em perfumes. Em 1969, aos 24 anos, ele decidiu se mudar para Paris e foi na capital francesa que começou a desenhar roupas para uma pequena boutique local. Alguns anos depois lançou sua primeira coleção denominada Café de Paris. Ele reinventou o conceito da sedução em suas criações e foi rotulado como um estilista provocador.

O próprio Thierry se reuniu ao dono do Grupo Clarins para que pudesse começar a fundação da Maison de perfumes Thierry Mugler. O primeiro, e possivelmente mais famoso, perfume da marca foi Angel, criado em 1992 por Olivier Cresp, inspirado em memórias de sua infância. A marcante fragrância é considerada a primeira 100% gourmand (que remonta o cheiro de doces e sobremesas) com notas de mel, chocolate, baunilha, caramelo, patchouli e sândalo.  Ele mesmo já explicou que ele queria que esse perfume tivesse uma ressonância comum a todos, algo próximo da suavidade e da infância. Criando um contato tão sensual com esse perfume que a pessoa quase quisesse devorar quem ela ama. A presidente da marca então chamou o perfumista Olivier Cresp, depois que outros consultados acharam a proposta irreal, e disse que gostaria de um perfume que não seria testado com consumidores e fosse extremamente marcante, como se transcrevesse algo que possa ser comido. Que o plano deles era vender para somente 2% dos consumidores.

E assim foi feito após 600 experimentos, um perfume totalmente inusitado que a frase clássica ‘Ame ou odeie’ se encaixa perfeitamente. Ele criou uma nova categoria em notas olfativas, a oriental gourmand. O frasco em formato de estrela, azul celeste, talhado como um diamante e polido a mão  foi desenhado pelo ateliê Verreries Brosse com cuidado e custa uma pequena fortuna para ser fabricado, porque usa um molde rotativo até então nunca utilizado. Os símbolos sempre fascinaram o estilista, e foi a capa do livro publicado por ele em 1986, um verdadeiro símbolo em sua vida. O astro que guia, um refúgio, um anjo da guarda. Já o azul a cor do imaginário, do impalpável, do imprevisível. Uma personificação do céu, do infinito da imensidão.

E o mais novo lançamento no mundo das fragrâncias é uma releitura deste clássico, o Angel Muse, possui a mesma base mas com notas de creme de avelã e vetiver. O resultado é um perfume mais delicado, mas não menos impactante, num frasco oval com acabamentos metalizados que imitam uma pedra do solo de Marte.

Elegante, carismática e super glamourosa, sexy e única a ‘Angel’ que vira o rosto deste perfume é Jerry Hall, ex mulher de Mick Jagger. Anos depois quem toma seu lugar é sua filha, Georgia May Jagger, e que também é o rosto que faz esse novo lançamento que com certeza já é um sucesso reinventando essa fragrância incrivelmente única e cheia de história e detalhes arrebatadores.

*Esta coluna é semanal e atualizada às quintas-feiras.


+ zero