A cada 60 minutos, uma criança ou adolescentes morre por arma de fogo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de março de 2019 às 10:22
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:27
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Números registrados são praticamente o dobro do identificado há 20 anos – 4.846 casos em 1997

A cada 60 minutos, uma criança ou um
adolescente morre no Brasil em decorrência de ferimentos por arma de fogo.

Entre 1997 e 2016, mais de 145 mil
jovens com até 19 anos faleceram em consequência de disparos acidentais ou
intencionais, como em casos de homicídio e suicídio. Os dados fazem parte de um
levantamento divulgado nesta quarta-feira, 20 de março, pela Sociedade
Brasileira de Pediatria.

De acordo com o estudo, que
considerou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da
Saúde, em 2016, ano mais recente disponível, foram registrados 9.517 óbitos
entre crianças e adolescentes no país.

O número é praticamente o dobro do
identificado há 20 anos – 4.846 casos em 1997 – e representa, em valores
absolutos, o pico da série histórica.

O levantamento mostra que, a cada
duas horas, uma criança ou adolescente dá entrada em um hospital da rede
pública de saúde com ferimento por disparo de arma de fogo.

Entre 1999 e 2018, foram registradas
quase 96 mil internações de jovens com até 19 anos no Sistema Único de Saúde
(SUS).

Despesas

As principais causas externas de morte por arma de fogo nessa
faixa etária estão relacionadas a homicídios (94%), seguidos de intenções
indeterminadas (4%), suicídios (2%) e acidentes (1%).

No caso das
internações, embora as tentativas de homicídio continuem na liderança (67%), é
bastante expressivo o volume de acidentes (26%) envolvendo arma de fogo.

A avaliação contabilizou ainda as despesas diretas do SUS com
pacientes atendidos após contato com armas de fogo. Nos últimos 20 anos, as
internações de crianças e adolescente provocadas por disparos custaram mais de
R$ 210 milhões aos cofres públicos.

O estudo considerou causas de morbidade hospitalar e mortalidade
identificadas nas bases oficiais do Ministério da Saúde como acidentais,
suicídios ou tentativas de suicídio, homicídios ou tentativas de homicídio e
intenções indeterminadas.


+ Segurança