75% dos idosos dependem exclusivamente do SUS, diz Ministério da Saúde

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de outubro de 2018 às 11:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:03
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Quase 40% dos idosos tem doença crônica e 29,8%, duas ou mais: diabetes, hipertensão ou artrite

Celebrando o Dia Nacional e Internacional do Idoso, comemorado na última segunda-feira (1º), o Ministério da Saúde divulgou um estudo inédito sobre o perfil do idoso no Brasil.

O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (Elsi-Brasil) faz parte de uma rede internacional de grandes estudos sobre o envelhecimento e traz informações sobre os principais determinantes sociais e de saúde.

Segundo o estudo, 75,3% dos idosos brasileiros dependem exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que 83,1% realizaram pelo menos uma consulta médica nos últimos 12 meses. 

Desse universo, 10,2% foram hospitalizados uma ou mais vezes. Quase 40% dos idosos possuem uma doença crônica e 29,8%, duas ou mais como diabetes, hipertensão ou artrite. 

Ou seja, ao todo, cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica.

“Nós temos que cuidar da saúde dos brasileiros desde a infância para que eles tenham uma vida cada vez mais saudável. Isso significa voltar nossas ações para uma alimentação saudável, para a promoção de atividades físicas, inibir o consumo do álcool e do tabaco, e ainda para as pessoas com idade acima de 60 anos, oportunizar o diagnóstico de doenças de forma cada vez mais precoce. É dessa maneira que podemos oferecer à nossa população um envelhecimento saudável”, afirmou o Ministro da Saúde, Giberto Occhi.

Moradia

O estudo apontou também que 85% da população com 50 anos ou mais vivem em área urbanas. E entre os relatos sobre os hábitos de comportamento, 43% dos idosos acompanhados pelo estudo disseram ter medo de cair na rua.

“Mais de 80% da população se diz satisfeita com a atenção que ela recebe. Então, ter um sistema público de saúde universal é extremamente importante. 

O SUS possui bons indicadores de resolutividade, então é necessário que se preserve o sistema que é modelo para o mundo. 

Se você melhora a condição de saúde da população, você também aumenta a longevidade no trabalho”, ressaltou a pesquisadora da Fiocruz Minas Gerais, Maria Fernanda Lima-Costa.

A pesquisa

A ideia é que o Elsi-Brasil traga subsídios para a construção e adequação de novas políticas públicas para fortalecer a saúde do idoso. Para realizá-lo, foram investidos R$ 7,3 milhões. Deste total, R$ 4,2 milhões são do Ministério da Saúde e R$ 3,1 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

A pesquisa foi coordenada pela professora Maria Fernanda Lima-Costa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais.

Na primeira etapa, participaram da pesquisa pessoas com 50 anos ou mais entre os anos 2015 e 2016 em 70 municípios nas cinco regiões do país.

A idade de 50 anos foi utilizada devido ao interesse em analisar o período de transição do momento produtivo para o início da aposentadoria dos idosos (60 anos ou mais).

Os idosos

Atualmente, os idosos representam 14,3% dos brasileiros, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. E, em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. 

Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos saindo de 45,4 anos, em 1940, para 75,4 anos, em 2015.

As doenças crônicas não transmissíveis atualmente afetam boa parte da população idosa. 

De acordo com pesquisas anteriores promovidas pelo Ministério da Saúde, 25,1% dos idosos tem diabetes, 18,7% são obesos, 57,1% tem hipertensão e 66,8% tem excesso de peso. Também são responsáveis por mais de 70% das mortes do país.


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