140 grávidas suspeitas de zika em Ribeirão. Casos de Franca esperam resultado

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de fevereiro de 2016 às 16:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:37
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Em Franca 149 suspeitas de dengue são analisadas. No ano passado foram mais de 1,5 mil casos

Casos explodem no Interior e Franca está em alerta (Foto Reprodução)

Balanço da Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto, divulgado no fim da semana, apontou 140 mulheres grávidas com suspeita de ter contraído o zika vírus. No total, são 800 casos suspeitos de zika na cidade, que teve oito registros confirmados em 2015.

Embora São Paulo tenha confirmado em laboratório a circulação interna do zika vírus só em três municípios – São José do Rio Preto, Sumaré e Piracicaba -, houve um aumento do número de crianças com microcefalia desde novembro de 2015. O total triplicou em relação à média observada nos anos anteriores. E cada vez mais cidades do interior relatam casos e suspeitas de microcefalia. O Estado, assim como o governo federal, só tem divulgado estatísticas gerais de microcefalia.

Este ano, até agora, não há relação entre recém-nascidos com a má-formação e relatos de zika em Ribeirão Preto, mas em 2015 foram investigados cinco casos. Uma das grávidas com sintomas compatíveis com o vírus teve filho com microcefalia.

A chefe da Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto, Ana Alice Castro e Silva, explica que as novas suspeitas de zika podem confundir-se com as de dengue. Segundo ela, este ano já são 927 relatos identificados como dengue. Mas as características parecidas das doenças tornam difíceis a diferenciação e é elevado o número de pessoas procurando postos de saúde. “Acreditamos que muitas suspeitas de dengue devem ser zika, porque estão se somando. Temos uma epidemia das duas doenças.”

Franca

O caso do corretor de imóveis de 52 anos, morto na Santa Casa de Franca, ainda depende da confirmação de resultados. O corretor morto em janeiro estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 29 dias e não resistiu a uma infecção generalizada.

O diretor da Vigilância em Saúde de Franca, José Conrado Netto, afirmou que o resultado do exame que confirmará se a vítima tinha ou não Zika vírus ainda não foi divulgado pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Conrado Netto explicou que o teste foi realizado porque o homem tinha sintomas de Guillain-Barré, síndrome neurológica que causa fraqueza e paralisia temporária dos membros, e que pode ter relação com o Zika vírus.

Entretanto, o diretor esclareceu que as chances de o resultado ser positivo são mínimas, uma vez que o exame para dengue foi negativo e também pelo fato de a vítima não ter viajado para regiões com ocorrências da doença.

“Ele não teve contato com ninguém que teve Zika. A Guillain-Barré é uma doença que se desenvolve depois de qualquer doença crônica, casuada por bactéria ou por vírus, como o Zika. Mas, ele também pode ter desenvolvido a doença após uma gastrite forte, qualquer infecção bacteriana forte”, disse.

O resultado do exame deve ser divulgado em duas semanas. Em 2016, Franca ainda não registrou nenhum caso confirmado de dengue, mas 149 suspeitas estão sendo analisadas. No ano passado, porém, cerca de 1,5 mil moradores foram infectados pelo Aedes Aegypti, segundo Conrado Netto.

O diretor da Vigilância afirmou ainda que outro homem está internado na Santa Casa com sintomas de Guillain-Barré e, por isso, realizou exame para Zika Vírus. O resultado do teste também não foi divulgado.


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