1º trimestre decepciona e indústria de calçados tem quedas e grandes perdas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de maio de 2019 às 14:11
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:33
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Setor esperava uma recuperação do consumo de calçados no início deste ano, o que não se concretizou

Um dos mais importantes setores da economia brasileira, a indústria calçadista vem sofrendo nos últimos anos tanto pelo enfraquecimento do mercado interno como pela concorrência cada vez mais forte no mercado internacional. 

Maior exportador de pares de calçados do Brasil, o Ceará viu o volume das exportações cair 34,3%, de 2010 a 2018. Nesse período, o valor das exportações passou de US$ 403,2 milhões para US$ 264,5 milhões, pior resultado observado desde 2006 (US$ 237,3 milhões).

O setor esperava uma recuperação no início deste ano, o que não se concretizou, e os resultados ficaram abaixo da expectativa. 

A Grendene, maior fabricante de calçados do Brasil, com unidades fabris em Fortaleza, Crato e Sobral (a maior planta da empresa no País), classificou como “péssimo” o início do ano, anunciando a queda de 29,5% da produção em relatório de resultados do primeiro trimestre.

“A queda ocorreu tanto no mercado interno (26,6%), quanto no mercado externo (37,0%)”, disse a empresa em comunicado de 25 de abril.

“Desde outubro do ano passado, houve uma leve recuperação, mas o mercado ainda está muito fraco”, diz Heitor Klein, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). 

“Hoje, o câmbio ainda está ajudando um pouco nas exportações, mas o primeiro trimestre não foi tão forte ante o do ano passado”.

De janeiro a março, a produção de calçados no Ceará caiu 2,6%. No Nordeste, a retração foi de 3,4% e no País também 2,6%, segundo a pesquisa industrial mensal de produção física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Empregos

Setor que mais emprega no Estado do Ceará, a queda da produção da indústria calçadista acende um sinal de alerta no mercado de trabalho, principalmente nos polos produtores do interior. 

“A Grendene, que é a maior empregadora do Ceará depois do Governo do Estado, tem uma contribuição muito grande em polos como o de Sobral. E a crise que está se alongando muito. Estão todos esperando uma relação de confiança maior”, diz Macedo.

Mesmo sem perder participação na produção nacional, os impactos já são sentidos na geração de empregos. No primeiro trimestre, o setor, que emprega cerca de 55 mil pessoas no Ceará, perdeu 1,7% das vagas ante igual período de 2018. 

No Brasil, onde o setor gera 285 mil vagas, a queda foi de 3,7%, segundo o Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged).


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